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São Paulo - A despeito das críticas de que as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sempre acabam em "pizza", representantes do Ministério Público (MP) fazem uma avaliação positiva sobre o trabalho investigativo das comissões. Para o procurador regional eleitoral da 3ª Região, Luiz Carlos do Santos Gonçalves, que teve as CPIs como tema de sua tese de mestrado em 2001, as comissões são muitas vezes injustiçadas. O procurador admite que nem todas as comissões produzem resultados, mas, quando bem conduzidas, podem ter acesso a informações que nem mesmo o MP consegue obter, a não ser por autorização judicial. "As CPIs têm poderes constitucionais maiores que do MP, não há dúvida sobre isso", diz.

"Uma CPI investigativa, que apure os fatos, é um instrumento muito poderoso. Julga-se uma CPI por aquilo que aconteceu depois que ela acabou. Mas aí já não está no controle dela, está no do Ministério Público, que formaliza as denúncias, e por fim, da Justiça, que faz o julgamento delas. Às vezes, de um relatório de CPI é possível a instauração de vários procedimentos. O processo é lento. Muitas vezes a avaliação que se faz das CPIs é injusta", explica.

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Antonio Carlos Bigonha, também defende as investigações. Assim que ingressou no Ministério Público, em 1992, ele teve contato direto com as CPIs. Naquele ano, foi instaurada a CPI de PC Farias, e o procurador teve como função assistir o então procurador geral da República Aristides Junqueira na elaboração de denúncias. "Naquele contexto, tudo veio à tona porque o Congresso tomou a iniciativa. Dificilmente os fatos viriam por meio de investigações da Polícia Federal."

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