Os contratos firmados pela Prefeitura de Belo Horizonte com duas empresas clientes da P-21 Consultoria e Projetos Ltda, comandada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel em 2009 e 2010, serão investigados pelo Ministério Público de Minas Gerais. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da capital mineira informou nesta quarta-feira (7) que vai apurar os contratos que a construtora Convap e a empresa de informática QA Consulting Ltda, as clientes de Pimentel, firmaram com o Executivo municipal - que foi comandado pelo petista de 2003 a 2008.
A Convap contratou serviços da consultoria do ex-prefeito no período de fevereiro a agosto de 2010 e este ano - já na gestão do atual prefeito, Marcio Lacerda (PSB), aliado de Pimentel - integrou um consórcio que arrematou, em licitação, dois contratos com a prefeitura no valor total de R$ 95,3 milhões.
A QA Consulting pagou R$ 400 mil pelos serviços da P-21 logo após o petista deixar a prefeitura. Conforme o jornal O Globo, a empresa, que tem como um dos sócios Gustavo Prado, filho do sócio de Pimentel na consultoria, Otílio Prado - que foi braço direito do atual ministro na prefeitura e continua como assessor de Lacerda -, pagou a primeira parcela dois dias depois de receber R$ 230 mil da HAP Engenharia.
Desde 2003, HAP firmou contratos que somam mais de R$ 200 milhões com a prefeitura. A construtora, junto com Pimentel, figura como ré em ação de improbidade administrativa e superfaturamento de obras, já acolhida pela Justiça Estadual. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a QA Consulting havia firmado em agosto de 2005 contrato de R$ 173,8 mil com a Prodabel, empresa municipal de processamento de dados.
"Nós vamos abrir sim uma apuração porque a contratação (da QA Consulting) foi feita pelo município de Belo Horizonte, vamos analisar. E essa da Convap a gente vai abrir também para apurar se é possível identificar alguma forma de favorecimento", disse ao Estado o promotor Eduardo Nepomuceno.
De acordo com Nepomuceno, não há conflito de competência pelo fato de o ex-prefeito atualmente ocupar o cargo de ministro e contar foro privilegiado. "Estamos olhando sob a ótica do patrimônio de Belo Horizonte. Em relação ao Fernando Pimentel, vamos nos limitar a analisar os atos que ele praticou enquanto prefeito". A apuração não atingirá a HAP pois a empresa é alvo de ação ajuizada pelo MP.
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