O vereador João Cláudio Derosso enfrentou ontem um Conselho de Ética bastante amistoso. No Congresso Nacional, casos como a violação do painel do Senado ou o mensalão deram origem a sabatinas muitíssimo mais rigorosas. Aqui, embora a Câmara pareça ter finalmente situação e oposição, e não apenas um bloco monolítico de apoio incondicional ao presidente, as perguntas foram amenas. Faltou alguém que tomasse a frente e fizesse questões mais incisivas ao investigado.
Derosso, mesmo assim, se atrapalhou sozinho. Principalmente ao dizer qual era a vantagem de se gastar milhões dos cofres públicos em publicidade da Câmara. O vereador disse que ele se elegeu pela primeira vez vereador em 1988. Tinha votação basicamente no bairro Xaxim. Na última reeleição, em 2010, teve votos por quase toda a cidade. Os outros vereadores, disse Derosso, logo perceberiam o mesmo fenômeno em suas votações: ficariam mais "diluídas", graças, em parte, à publicidade da Câmara.
Salvo melhor entendimento, Derosso admitiu, assim, que a propaganda da Câmara tinha como um de seus objetivos beneficiar individualmente a cada um dos seus vereadores. Seria propaganda pessoal com recursos públicos? Quem se prejudica, nessa hipótese, são os candidatos que tentam disputar as vagas com os atuais ocupantes. Os vereadores estariam tendo a máquina a seu favor. Mas mais prejudicada ainda fica a população, que paga pela campanha alheia com seu suado dinheiro.
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