O empresário Fernando Moura, apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como lobista do PT, afirmou em depoimento em regime de colaboração premiada que o partido recebeu pelo menos R$ 650 mil em propina por obras na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. Segundo Moura, a vantagem indevida foi paga pela empresa Camargo Correa e foi usada para custear a campanha do PT em 2004.
O empresário contou aos investigadores que em 2004 o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira pediu que ele fosse ao escritório do executivo J ulio Camargo para buscar parte da quantia. Moura disse que recebeu das mãos de Camargo “algo em torno de R$ 350 mil em uma sacola” e entregou a quantia a Pereira.
Naquele mesmo ano, de acordo com o empresário, Pereira pediu que ele fosse “retirar um dinheiro no escritório da Camargo Correa”. Moura contou que foi recebido pelo executivo João Auler – que já é réu na Lava Jato -, que lhe entregou outros R$ 300 mil.
Fernando Moura é amigo pessoal do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) e foi preso na 17.ª fase da Operação Lava Jato. Ele é apontado como responsável por apresentar o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque a Dirceu, que foi o responsável pela indicação de Duque ao cargo.