O delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, retificou o depoimento espontâneo que deu ao Ministério Público Federal no Distrito Federal e disse que o procurador da República Rodrigo de Grandis e os juízes federais Fausto De Sanctis e Marcio Milani não foram informados da participação de agentes da Abin na operação.
A retificação ao depoimento anterior foi feita pelo delegado na última quarta-feira (18), mas a informação foi divulgada nesta sexta (20) pela assessoria do MPF em São Paulo.
Segundo a nota, Protógenes esclareceu que o procurador e os juízes sabiam apenas "das dificuldades operacionais que a administração central da Polícia Federal estava causando às apurações".
Reportagem publicada pela revista "Veja" do último final de semana informou que, no depoimento espontâneo prestado à Procuradoria, em setembro, Protógenes havia dito que informou o procurador e o juiz sobre a colaboração de agentes da Abin no caso.
Em resposta, o procurador da República Rodrigo de Grandis divulgou nota no domingo, afirmando que a participação da Abin não havia sido informada pelo delegado.
Segundo o procurador, apesar de não comunicada, a participação da Abin não configura crime. "A Lei do Sistema Brasileiro de Inteligência prevê a participação de agentes de inteligência e o compartilhamento de dados entre a polícia e os demais órgãos de inteligência", diz nota do MPF-SP.
"Sustentar que a participação da Abin é ilegal é o mesmo que apontar que a participação do Banco Central numa investigação de fraude financeira, ou da Receita Federal, numa investigação fiscal, por exemplo, é ilegal", afirmou o procurador na nota.
Indiciamento
Na última quarta (18),o delegado foi indiciado pela Polícia Federal por vazamento de informação e envolvimento em grampos clandestinos.
Segundo a PF, Protógenes revelou dados sigilosos e usou meios irregulares para fazer escutas telefônicas durante a operação, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas.
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