O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Geraldo Naves (DEM), sinalizou nesta quinta-feira (21) que o presidente da Casa, Leonardo Prudente (sem partido), pode renunciar ao cargo nos próximos dias. Flagrado colocando dinheiro de suposta propina nas meias, Prudente foi afastado da presidência da Casa pelo Tribunal de Justiça do DF esta semana, até que acabem as investigações contra o governador José Roberto Arruda (sem partido), apontado pela Operação Caixa de Pandora como o chefe do esquema de corrupção conhecido como "Mensalão do DEM".
"Ele (Prudente) já manifestou o desejo de não continuar a frente disso tudo. Ele tem o prazo e vai se afastar por ele mesmo. Acho que vai ser por esses dias", afirmou Geraldo Naves, após reunião do diretório regional do DEM, esta manhã. "Ele disse que tem intenção; se vai renunciar, pedir licença, como vai se afastar, isso é uma questão dele." Em dezembro do ano passado, Leonardo Prudente pediu desfiliação do DEM e, por isto, não poderá concorrer nas próximas eleições.
O vice-presidente da Câmara Legislativa, deputado Cabo Patrício, do PT, assumiu nesta quarta-feira o comando da Casa, após Prudente ter sido comunicado oficialmente pela Justiça sobre seu afastamento. Patrício faz parte da bancada de cinco parlamentares distritais que fazem oposição ao governo Arruda, minoria na Câmara formada por 24 deputados.
Se confirmada a renúncia de Prudente, uma nova eleição para presidente deverá ser realizada, e a base aliada do governador tentará mais uma vez assumir o comando da Casa para ditar o ritmo das investigações. Além da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção, que investiga o "Mensalão do DEM", correm na Câmara Legislativa três pedidos de impeachment contra José Roberto Arruda.
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