O PSDB anunciu nesta quarta-feira (12) que vai entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público contra os procuradores que denunciaram a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB). Em nota, o partido se disse "perplexo com o que está ocorrendo" no estado.
O PSDB disse não haver provas contra governadora, nem fatos que possam ser tipificados como crime. "Não nos surpreendeu em absoluto a falta de qualquer elemento de prova contra a governadora Yeda Crusius, bem como a inexistência de fatos objetivos que possam ser tipificados como crime ou improbidade", diz na nota.
O partido também acusou adversários políticos e o Ministério Público de provocarem uma "espetacularização" do caso. O PSDB informou ainda que vai exigir o combate à suposta "politização do MPF" nas próximas sabatinas de procuradores.
O G1 entrou em contato com o Ministério Público Federal (MPF) do Rio Grande do Sul, mas a assessoria disse que os procuradores não vão se pronunciar sobre a decisão do PSDB.
Ação
O MPF entrou com uma ação civil de improbidade administrativa na última quarta-feira (5) contra a governadora e outras oito pessoas. A ação é resultado da Operação Rodin, que investigou desvios no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Os procuradores pediram a perda dos cargos das pessoas citadas, suspensão dos direitos políticos por até dez anos, pagamento de multa, proibição de contratar com o poder público por dez anos e ressarcimento integral do dano, calculado em R$ 44 milhões.
Segundo o MPF, foram analisados mais de 20 mil áudios de escutas telefônicas, resultando em um procedimento de investigação de mais de 30 volumes.
Decisão judicial
Na segunda-feira (10), a Justiça Federal negou pedido de afastamento de Yeda Crusius do cargo de governadora, feito pelo Ministério Público.
Na decisão, a juíza Simone Barbisan Fortes diz que o afastamento é "desnecessário" porque entre outros motivos, "não seria útil à instrução [do processo].
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