O PSDB de Curitiba decidiu não se envolver na disputa pela cadeira do vereador João Cláudio Derosso, que se desfiliou do partido para evitar um processo que poderia expulsá-lo da legenda.
O suplente Edson do Parolin pretende assumir a vaga do ex-presidente da Câmara apoiado no entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de que os mandatos parlamentares pertencem ao partido político.
O partido, no entanto, não pretende requerer formalmente a vaga. O líder do PSDB na Câmara Municipal de Curitiba, Emerson Prado, disse nesta quarta-feira (16) que o partido não foi consultado por Edson do Parolin sobre o processo de requerimento da vaga de Derosso.
Na terça-feira, Edson protocolou na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) um pedido solicitando a vaga do ex-presidente da Câmara. No pedido, o advogado Edson Luís Vieira, representante de Edson do Parolin, alega que Derosso quebrou a fidelidade partidária ao pedir a desfiliação do PSDB.
Para o vereador Emerson Prado, Edson deveria ter procurado o partido antes de protocolar o pedido. Segundo ele, o partido está acompanhando o caso, mas não deve intervir. "Sou favorável que tudo seja feito na legalidade. Cabe ao TRE decidir de quem a vaga é de direito", afirmou.
Segundo a assessoria de imprensa do TRE, o pedido de Edson deverá ser distribuído para a análise de um dos juízes do tribunal nesta quinta-feira, mas não há prazo para conclusão do processo. Caso o TRE não aceite a alegação de Edson, ele poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou tentar fazer com que o PSDB local faça o pedido oficial da vaga de Derosso junto à 1ª Zona Eleitoral de Curitiba.
Vaga
O ex-presidente da Câmara João Cláudio Derosso pediu a desfiliação do PSDB no dia 9 de maio, pouco antes de as lideranças do partido discutirem a possibilidade de sua expulsão. A derrocada política de Derosso começou com a série de denúncias de irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara, mostrada pela reportagem da Gazeta do Povo, em julho de 2011.
Derosso continuou na presidência da Câmara até março deste ano, quando renunciou ao cargo. Diante da cobrança popular, as lideranças do PSDB começaram a discutir a expulsão de Derosso da legenda, que se adiantou e pediu a desfiliação. Sem partido e sem tempo hábil para se filiar a uma nova legenda, Derosso não poderá se candidatar nas próximas eleições municipais, em outubro deste ano.
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