O Partido dos Trabalhadores (PT) de Curitiba publicou uma nota criticando a gestão da Prefeitura Municipal de Curitiba e da URBS na gestão do transporte da capital, demonstrando que está cada vez mais afastado da administração de Gustavo Fruet (PDT) e buscando um caminho próprio para as eleições deste ano. Na nota, o partido critica o último aumento da passagem e afirma que tanto a Prefeitura quanto a URBS tiveram oportunidade de mudar a gestão do transporte na capital com a criação de duas comissões - uma de análise da tarifa e outra de auditoria na própria URBS mas que não o fizeram por falta de interesse. O PT ainda cita o fim da integração do transporte entre Curitiba e Região Metropolitana e culpa as prefeituras e o governo do estado pela mudança. “Tudo isso inserido em um cenário em que o transporte público de Curitiba e Região Metropolitana está desintegrado, em parte por culpa das prefeituras, tanto de Curitiba quanto das outras cidades, que em nenhum momento tiveram a intenção de se unir para evitar que este prejuízo chegasse ao povo, mas principalmente pela atitude do governador B eto Richa (PSDB), que deu fim ao subsídio que garantia a integração”. A nota também foi replicada pelo Diretório Estadual do partido.
O PT faz parte da gestão de Fruet e está representado no cargo da vice-prefeita, Mirian Gonçalves. O partido decidiu em novembro do ano passado lançar candidato próprio na disputa pela prefeitura e, apesar do discurso de que não migraria para a oposição, o PT já deu sinais de que está próximo do rompimento com Fruet, que deve ser candidato à reeleição. De acordo com o pré-candidato à prefeitura pelo partido, deputado estadual Tadeu Veneri, a nota não se trata de um afastamento, mas de um descontentamento dos filiados com a situação em que se encontra o transporte coletivo de Curitiba. “A auditoria às contas da URBS foi uma das bandeiras de campanha da coligação e infelizmente não foi realizada”. Veneri não exime o partido de culpa, já que faz parte da gestão. “O partido compartilha da responsabilidade, mas isso não impede que façamos críticas. É importante se posicionar para que a situação não se agrave e a tarifa chegue a R$ 4”, disse. O deputado ainda afirmou que o partido deve romper formalmente com Fruet nos próximos meses, já que decidiu pela candidatura própria. “Nós fizemos uma opção, assim como o PDT também fez. É legítimo que exista esta ruptura já que são dois candidaturas distintas. Isso não significa que sejam campanhas antagônicas”, explicou.
Relação cordial com Fruet
Além da indicação do deputado estadual Tadeu Veneri como pré-candidato à Prefeitura, a vice-prefeita pediu exoneração do cargo de secretária do Trabalho e Emprego em dezembro do ano passado. Na ocasião, Mirian afirmou que manteria uma relação cordialidade com Fruet e que sua decisão foi tomada por coerência com seus princípios, após a decisão do partido em lançar um candidato à prefeitura. Durante a reunião que decidiu pela candidatura própria, Mirian chegou a afirmar que se manteria ao lado do atual prefeito. “Ficarei com Gustavo até o final. A candidatura própria é uma defesa para o partido, não uma oposição ao governo”, disse.
As assessorias da Prefeitura Municipal de Curitiba e do Governo do Estado do Paraná não foram encontradas para comentar o caso.
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