A defesa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi interpretada como gesto de solidariedade por peemedebistas e integrantes do próprio PT. Na quinta-feira (18), aliados de Sarney avaliaram a declaração de Lula como obrigatória, já que o presidente do Congresso integra o principal partido da base do governo. Durante viagem ao Casaquistão, Lula disse que Sarney não pode ser "tratado como pessoa comum", demonstrou não acreditar nas denúncias recentes sobre as contratações secretas no Senado, criticou o "processo de denuncismo".
Renan Calheiros (PMDB-AL), fiel escudeiro de Sarney, e que já esteve em fogo cruzado no Senado, afirmou que a fala do presidente foi "importantíssima". "O presidente fez uma defesa da instituição e do presidente Sarney. Lula foi firme com o Sarney como foi comigo lá atrás", disse, ressaltando sua "coragem" por ir na contramão da opinião pública
Os petistas têm criticado abertamente Sarney pela crise no Senado. Eles avaliam que Lula agiu para preservá-lo. "Lula tem relação pessoal com Sarney, mas saiu também em defesa do partido (o PMDB)", anotou o senador João Pedro (PT-AM). "Sarney também deu apoio ao presidente Lula", disse o senador Tião Viana (PT-AC). Já para a oposição, a defesa de Lula não passa de "demagogia". "É claro que o presidente Sarney deve ser tratado com respeito, mas precisa liderar a superação da crise", afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
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