Receosos de terem de conviver com um PMDB forte demais no Congresso, senadores do PT reivindicaram nesta quarta-feira (14) ao Planalto a liderança do governo no Senado como forma de diminuir um pouco o poder dos peemedebistas neste ano. Os senadores José Pimentel (PT-CE), Humberto Costa (PT-PE) e Walter Pinheiro (PT-BA) solicitaram uma reunião com o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) para negociar a indicação de um petista para o posto. O encontro não foi registrado na agenda oficial do ministro.

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Os senadores, no entanto, saíram do Planalto sem uma garantia. O ministro teria dito a eles que a indicação é prerrogativa do governo e não da bancada do partido no Senado. A presidente Dilma Rousseff deverá tomar a decisão apenas em fevereiro, depois que a Câmara e o Senado elegerem seus novos presidentes. Até o fim do ano passado, o líder do governo no Senado era o senador peemedebista Eduardo Braga (AM), que foi nomeado ministro de Minas e Energia por Dilma no início do seu segundo governo.

Já o PT detém a liderança do governo no Congresso e na Câmara, postos ocupados pelo senador Pimentel e pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), respectivamente. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), está em franca campanha para arregimentar votos para a sua eleição como presidente da Casa no próximo ano. O PT lançou a candidatura do seu líder, Arlindo Chinaglia (SP), que enfrenta algumas resistências dentro da própria bancada. Há ainda um terceiro candidato, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), apoiado por parte da oposição.

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No Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), está articulando sua reeleição, mas nega a candidatura nos bastidores. A oposição tenta encontrar um nome para enfrentá-lo. O mais cotado é o senador Ricardo Ferraço, que, embora também seja do PMDB, é visto como "independente". Ele coordenou a campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da República no Espírito Santo no ano passado.

Na tarde desta quarta, o comando nacional do PMDB oficializou o apoio às candidaturas do partido em um evento realizado no Congresso. Programada como um recado político tanto para o governo quanto para a oposição, a reunião acabou de forma protocolar com um nota de apoio a Cunha (PMDB-RJ) e ao senador que for escolhido pela bancada do PMDB no Senado para disputar o cargo. Na nota, a executiva nacional do PMDB nem sequer menciona o nome de Cunha, que já lançou oficialmente sua campanha desde dezembro.