Pelo menos 48 unidades prisionais estão paradas nesta quinta-feira na greve dos agentes penitenciários do estado de São Paulo, segundo informação dos sindicatos. Estão funcionando apenas os atendimentos médicos, serviço de alimentação, de liberdade de presos e cumprimentos de mandados de segurança.
O sistema penitenciário tem 144 unidades, com 22 mil agentes. Quase 10 mil trabalhadores estão de braços cruzados. Os agentes reivindicam reajuste salarial de 40% ou adicional, além de aumento da segurança nos presídios. Nove presos morreram nas rebeliões lideradas por grupos de facções criminosas na semana passada.
- Nesta quinta-feira, o governo enviou à Assembléia Legislativa um projeto que prevê adicional de R$ 400 aos trabalhadores. A Secretaria de Administração Penitenciária também pediu agilidade no projeto que permite o uso de armas fora do trabalho pelos agentes. Vamos fazer uma assembléia nesta noite e decidir se a greve continua ou não - disse João Rinaldo, presidente do Sindicato Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp).
Rinaldo afirmou que a secretaria também se dispôs a aumentar as punições para presos rebelados. Além disso, o secretário Nagashi Furukawa também teria anunciado que vai encaminhar à seguradora a orientação para que as famílias de oito agentes que morreram fora do trabalho recebam indenização. Segundo ele, esses agentes foram vítimas de uma emboscada. Um outro pedido, para que houvesse um tratamento psicológico aos trabalhadores após as rebeliões, também teria sido aceito pela secretaria de Administração Penitenciária.
- Estamos preocupados com a integridade física dos trabalhadores e não com o reajuste salarial. Só vamos voltar ao trabalho quando o governo, de fato, garantir segurança aos trabalhadores. Queremos ouvir esse compromisso ainda que as mudanças estruturais aconteçam apenas no longo médio e no longo prazo - disse o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo, Cícero Sarnei dos Santos, que também representa a categoria.
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