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Gilberto Carvalho: investigado pela Operação Zelotes junto com o filho do ex-presidente Lula. | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Gilberto Carvalho: investigado pela Operação Zelotes junto com o filho do ex-presidente Lula.| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

O ex-ministro Gilberto Carvalho (PT) subiu o tom e afirmou nesta quinta-feira (10) que a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, autorizada pela Justiça Federal, foi algo “bom” para que a Polícia Federal e o Ministério Público parem de incomodá-lo com “acusação descabida”. O petista disse que decisão judicial não representa “nenhuma novidade” para ele, pois já tinha colocado seus sigilos telefônicos, fiscal e bancário à disposição da Justiça, quando prestou depoimento voluntário à Polícia Federal no último dia 26 de outubro.

Atualmente presidindo o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi), Gilberto Carvalho é investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela PF sob suspeita de ter participado de esquema de “compra” de medidas provisórias editadas entre 2009 e 2013, que prorrogaram benefícios fiscais para montadoras das regiões Norte e Nordeste. O esquema está sendo investigado em um desdobramento da Operação Zelotes, que apura suspeita de venda de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

Justiça quebra sigilo de empresa de filho de Lula e de Gilberto Carvalho

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Relatório da Polícia Federal apontou suposto “conluio” entre Gilberto Carvalho e lobistas suspeitos de pagar propinas para conseguir aprovar as MPs que beneficiaram o setor automotivo. Apesar de ser apontado como suspeito do esquema, o ex-ministro petista não foi alvo de mandados de buscas nem de condução coercitiva que atingiram investigados da Operação Zelotes.

O filho do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, também é investigado pela Operação. O sigilo de sua empresa, que recebeu R$ 2,5 milhões de um escritório de um dos lobistas contratados por montadoras, teve o sigilo quebrado na quarta-feira, 9.

“Esta decisão para mim não representa nenhuma novidade, já que tinha tomado a iniciativa de abrir meus sigilos no depoimento à PF. Acho bom que vejam tudo para que parem de me incomodar com uma acusação descabida”, disse Carvalho, que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e chefe de gabinete durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é bastante próximo. O tom da declaração foi mais forte do que o adotado em nota oficial enviada na quarta.

No texto da quarta, o ex-ministro reafirmou que não tem medo de ser investigado e que considera “dever da Polícia Federal, da Receita Federal e de qualquer órgão de controle realizar a investigação que julga necessária”. “Faz parte do ônus e dos deveres inerentes da ida pública”, disse.

Ele também reiterou seu depoimento à Polícia Federal, em que negou ter recebido qualquer benefício. “Desafio que provem o contrário”, afirmou na nota de quarta, ressaltando: “Ao longo dos 12 anos que passei no Palácio do Planalto, me orgulho de não ter acumulado bens.”

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