Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Parlamentares lançam frente suprapartidária pela saída de Renan Calheiros

Deputados de vários partidos lançaram hoje nesta quarta-feira (10), durante ato no Salão Verde da Câmara, uma frente suprapartidária pela saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. A frente será formada por deputados e senadores. Leia matéria completa

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Crise do Senado teve solução interna, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (11) que a crise no Senado teve uma solução interna com o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência da Casa por 45 dias. Lula disse ainda que não conversou com o peemedebista. Leia matéria completa

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Após cerca de 24 horas de conversas com aliados na Residência Oficial da Presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta quinta-feira (11) que vai se licenciar da presidência do Senado por 45 dias. O anúncio foi feito através de um pronunciamento de Renan transmitido pela TV Senado.

"Com este gesto, quero preservar a harmonia no Senado", afirmou Renan no pronunciamento.

Neste período, ele exerce normalmente o mandato parlamentar, mas não preside a Casa. O substituto natural é o primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC).

Renan resolveu licenciar-se depois de uma longa conversa com o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e com o senador José Sarney (PMDB-AP), na noite desta quarta-feira (10).

Na conversa ambos disseram que a situação dele era insustentável e que a sua permanência no comando do Senado ameaçaria a já complicada tramitação da proposta de prorrogação da CPMF (imposto do cheque) até 2011, aprovada nesta semana em segundo turno pela Câmara.

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"Renan não tinha muitas alternativas. Agora, de qualquer forma, ele terá que responder aos processos no Conselho de Ética", avalia o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

O senador Renan Calheiros deve agora seguir para Alagoas, onde vai passar o feriado de Nossa Senhora Aparecida.

Apelos no plenário

Na terça-feira (9), Renan saiu do plenário antes de terminar a sessão que presidia após quase duas horas de repetidos apelos para que se afastasse da presidência da Casa. Ele deixou o plenário enquanto o senador José Agripino (DEM-RN) repetia os mesmos apelos feitos pelos demais colegas: para que Renan saia da presidência porque a situação dele é insustentável.

"O que quero defender é a instituição à qual todos nós pertencemos, que é o Senado Federal. Essa, sim, é a nossa preocupação. É a preocupação que fez com que reuníssemos, agora há pouco, líderes de todos os partidos. A defesa, presidente, é da credibilidade da instituição para a qual vossa excelência, eu e todos nós fomos eleitos", disse Agripino.

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Acusações

A decisão de se afastar da presidência ocorreu dois dias após a apresentação de mais uma denúncia contra Renan, feita nesta terça. Ele é acusado de uma suposta espionagem contra os senadores de oposição, Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Esta última denúncia ainda vai ser analisada pela Mesa do Senado, para saber se vai ser encaminhada ao Conselho de Ética.

"O caso de Goiás foi à gota d’água. Isso mexe com as questões internas da Casa. Se ele se mantiver [na presidência] o Senado vai ficar insustentável", avaliou minutos antes o senador Pedro Simon, que junto com o senador Jarbas Vasconcellos (PE) representou o PMDB numa reunião com os senadores de oposição.

Renan Calheiros já responde a três denúncias no Conselho de Ética. No primeiro processo, ele é acusado de tráfico de influência para que a cervejaria Schincariol tivesse o "perdão" de uma dívida de R$ 100 milhões com o INSS.

No segundo, impetrada pelo Democratas e pelo PSDB, Renan é acusado de ter utilizado laranjas para adquirir empresas de comunicação em Alagoas. Em outra denúncia, de autoria do PSOL, o presidente do Senado é suspeito de ter participado de um esquema de arrecadação de recursos em ministérios liderados por seu partido, o PMDB.

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O presidente do Senado já foi absolvido de outra acusação, de que teria recebido ajuda de um lobista para pagar despesas com a filha que teve com a jornalista Mônica Veloso. Apesar de ter sido aprovado pelo Conselho de Ética o relatório que pedia a cassação de seu mandato, Renan foi absolvido pelo plenário do Senado.

Mônica Veloso é a capa da revista "playboy" deste mês.