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Às vésperas de enfrentar outros três processos no Conselho de Ética, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é acusado de montar um esquema com arapongas para espionar seus adversários políticos. A denúncia, antecipada pelo Blog do Noblat, também foi publicada em reportagem da revista "Veja" desta semana. Para tentar salvar seu mandato, Renan estaria elaborando um dossiê contra os senadores que votaram a favor da cassação dele no processo em que foi absolvido da acusação de ter despesas pessoais pagas por um lobista.
Na mira do presidente do Senado, estariam Marconi Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO) - dois dos principais oponentes do senador. Na semana passada, os dois foram procurados por amigos em comum e avisados da trama. Segundo a "Veja", os senadores se reuniram e chegaram a discutir a possibilidade de procurar a polícia para tentar flagrar os arapongas em ação.
- Essa história é muito grave e, se confirmada, vai ser alvo de uma nova representação do meu partido contra o senador Renan Calheiros - disse Perillo à revista.
O grupo de espionagem seria comandado pelo ex-senador Francisco Escórcio, amigo, correligionário e assessor direto de Renan. De acordo com a "Veja", os arapongas planejarem instalar câmeras de vídeo em um hangar de táxi aéreo no Aeroporto de Goiânia. O objetivo era colher imagens dos parlamentares embarcando em jatos particulares pertencentes a empresários da região, para depois chantageá-los em troca de apoio. O plano só não foi em frente porque o dono do hangar, o ex-deputado peemedebista Pedro Abrão, não concordou em participar da operação.
De acordo com o Blog do Noblat, Demóstenes classificou a atitude como criminosa e informou que tomará providências:
- Na próxima semana, pedirei formalmente ao meu partido que que vá fundo nesse assunto. Como é possível que um assessor do presidente do Senado, com ou sem autorização dele, esteja ocupado em montar esquemas para grampear telefones de senadores? Isso é um absurdo. Mais do que absurdo: é um crime - disse.Afastamento de Simon e Jarbas provoca atrito no PMDB e protestos
Nesta sexta-feira, o afastamento dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado provocou reação dos colegasno Congresso e troca de acusações dentro do PMDB. O líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), que afastou os dois colegas da CCJ, não gostou das críticas do líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), e do senador Geraldo Mesquita (AC), que classificou o afastamento de "canalhice".
Em solidariedade aos senadores, o PSDB ofereceu suas vagas na CCJpara que eles continuem na comissão. Já o presidente do PTB, Roberto Jefferson, aproveitou a crise no PMDB para convidar Simon e Jarbas para o seu partido.
Aliado de Renan será relator de denúncia contra propina
Na quinta-feira, o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), anunciou que o senador Almeida Lima (PMDB-SE), integrante da tropa renanzista, será relator da representação que o presidente do Senado responde por envolvimento em suposto esquema de propinas para desviar recursos dos ministérios comandados pelo PMDB.
Já o senador João Vicente Claudinho (PTB-PI) é um dos cotados para relatar o processo que investiga a denúncia de que Renan teria usado laranjas para comprar veículos de comunicação em Alagoas, mas está relutando em aceitar o convite.
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