O repórter Guilherme Portanova, seqüestrado por membros de uma organização criminosa, contou na tarde desta segunda-feira, os momentos de angústia e pavor que passou durante as 40 horas que esteve nas mãos dos bandidos. Segundo afirmou, o jornalista ficou amarrado, usou um capuz e foi colocado no porta-malas de um carro, quando foi transferido de um cativeiro para outro. Também usou um óculos com fita isolante nas lentes para evitar que ele visse qualquer um dos criminosos. Ele foi libertado nesta madrugada, depois de ter passado por três cativeiros.
Cansado e menos tenso, Portanova disse que ele e o auxiliar-técnico Alexandre calado, foram rendidos ao sair de uma padaria, perto da emissora. Ele deixavam o local, quando os seqüestradores se aproximaram e mandaram que ele virasse de costas, pois estavam armados.
- Foi aí que percebi que se tratava de um seqüestro. Até então, pensei que era um assalto - afirmou o repórter.
Ele disse que os bandidos não tinham noção de quem ele era e, no cativeiro, perdeu a noção do tempo. O jornalista afirmou que nos cativeiros sempre havia guardas diferentes tomando conta dele. Afirmou que um blusão era colocado sobre sua cabeça, que servia como capuz. Ele se manteve sempre de cabeça baixa.
- Também fui obrigado a usar um óculos com fita isolante sobre as lentes para não poder ver nada - disse Portanova.
Ele contou que quando os seqüestradores entravam no cativeiro eles se comunicavam com assobios e falavam com voz baixa. Ele afirmou que percebeu uma movimentação diferente dos seqüestradores e um deles entrou correndo, com pressa e disse:
- Terminou - disse o seqüestrador.
O repórter imagina que isso aconteceu depois do Fantástico, no domingo, já que ele foi libertado no início da madrugada.
- Mesmo que ninguém diga que vai te matar, o pavor de ficar ali é muito grande. Você vê seu ideal de luta ser apagado por uma ato de brutalidade - afirmou.
Depois de sua libertação, Guilherme encontrou-se com a família ainda na redação da tevê Globo.
- Eles estavam mal, muito preocupados. Foi emocionante ver que eles agüentaram, que suportaram essa situação. Pensei várias vezes que não fosse voltar a vê-los - afirmou ao se referir aos pais, que vieram do Rio Grande do Sul para acompanhar o caso.
O repórter diz que a parte pior já passou e agora é voltar ao ritmo normal.
Na tarde desta segunda-feira, o repórter prestou depoimento na sede do Deic. A polícia quer ouvir detalhes do caso, que ajudem a esclarecer o seqüestro. O delegado Giudice acredita que pelo menos seis criminosos tenham participado do seqüestro. O depoimento de Portanova à polícia durou cerca de 3 horas. O auxiliar-técnico Alexandre Calado foi ouvido mais cedo.
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