O governador Roberto Requião entrou com representação no Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira (29) para que o órgão investigue o projeto de construção de um ramal ferroviário entre Guarapuava, na região Central do Paraná, e Ipiranga. Requião acusou Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, e Bernardo Figueiredo, então assessor da Casa Civil em 2007 e atualmente é diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de terem tentado superfaturar a obra.
Requião disse que, inicialmente, a obra tinha sido orçada em 220 milhões e depois de um ano a obra tinha sido orçada em R$ 540 milhões. "Queremos descobrir por que uma obra, em tão pouco tempo, subiu tanto de preço", afirmou o advogado do governador, Leônidas Chaves Filho, em entrevista à Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do estado.
Segundo o advogado, o governador entregou documentos ao MPF que comprovariam a suposta modificação dos preços da obra. Anteriormente, Requião afirmou que o ministro tentou estabelecer uma parceria público-privada para beneficiar a América Latina Logística (ALL).
Já Luiz Fernando Pereira, advogado de Paulo Bernardo, afirmou que a representação de Requião é "absolutamente inútil", uma vez que no dia 5 de março o ministro já havia pedido que o MPF investigasse o caso.
Sobre os valores da ferrovia, Paulo Bernardo havia dito que há cinco anos o governo federal havia apresentado uma proposta ao governo estadual para que a ALL construísse o ramal ferroviário para melhorar a ligação entre o Leste e o Oeste do estado. O ministro disse que a União queria que a ALL construísse a ferrovia com recursos próprios e depois o valor seria descontado do pagamento pela concessão de uso da ferrovia. Paulo Bernardo disse que há cinco anos o valor das obras seria de R$ 500 milhões e já chegaria a R$ 750 milhões (valores atualizados).
Ações na Justiça
Pereira também afirmou nesta segunda-feira (29) que entrará com uma ação criminal contra Requião assim que ele renunciar ao cargo de governador o que deve acontecer no dia 1º. de abril para que ele não tenha mais o foro privilegiado. "Queremos que ele responda como um cidadão comum", disse Pereira. Além disso, Paulo Bernardo também entrou com uma ação civil na Justiça contra o governador Requião no dia 5 de março.
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