O ministro revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, votou pela condenação de Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, ex-sócios de Marcos Valério, pelo crime de lavagem de dinheiro. Na visão do revisor, eles atuaram em conjunto para ocultar o repasse de recursos a políticos. O ministro já tinha condenado Valério e dois ex-dirigentes do Rural por este crime: Kátia Rabello e José Roberto Salgado.
Para o ministro, Ramon e Cristiano atuaram junto com Valério para a prática do crime. Ele destacou que os dois também assinaram cheques que foram usados para os saques destinados a políticos. Observou que ambos também foram avalistas dos empréstimos feitos pelas empresas junto ao Banco Rural.
"Ramon, mais que mero cotista, agiu na condição de sócio administrador, exercendo gerência conjunta dos negócios", afirmou. "A responsabilidade penal de Cristiano Paz está retratada pelo ajuste dos empréstimos bancários, da administração conjunta e solidária das empresas, da escrituração fraudulenta da empresa e de atuar ativamente na prática de lavagem", concluiu.
Ele destacou que no caso de Cristiano há ainda o relato de uma reunião dele com o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB), também réu. Nessa conversa, eles teriam combinado a forma como um repasse da Usiminas chegaria às mãos do petebista por meio de uma das agências. "Ele participou da negociação direta de uma das ações" observou.
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