Richa fala com a imprensa durante a entrega das moradias em Cascavel| Foto: Arnaldo Alves/ANPr

Pouco antes da APP-Sindicato anunciar a convocação de uma assembleia dos professores, o governador Beto Richa (PSDB) disse que uma eventual greve de servidores será infundada e com motivações políticas para desgastá-lo. Ele ainda criticou a entidade sindical. “É o mesmo sindicato que estava aí defendendo a Dilma, o Lula, o ‘Fora Temer’. Foram na Justiça Eleitoral com cartazes xingando o juiz Sergio Moro. Então, será que essas pessoas têm credibilidade?”, questionou.

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Veja a entrevista do governador na íntegra

Caixa Zero: reajuste do funcionalismo do Paraná será votado só em dezembro

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A declaração foi feita em Cascavel, no Oeste do Paraná, nesta quinta-feira (6), onde o governador inaugurou um conjunto habitacional com 128 apartamentos populares no Jardim Quebec. O tucano disse ainda que o estado foi o único estado a conceder reajuste aos servidores neste ano. Em janeiro, o salário do funcionalismo foi reajustado em 10,6%, mas que foi dado como parte de um acordo para encerrar a greve de 2015.

Richa rechaçou as afirmações dos sindicatos de servidores que o acusam de “calote” por anunciar que não cumprirá o acordo que previa o pagamento da reposição da inflação de 2016 no começo de 2017. “Os sindicatos são orientados partidariamente. Se houve calote aqui o que dirão o funcionalismo dos demais estados brasileiros haja vista que o Paraná é o único estado do Brasil que neste ano deu reajuste”, declarou.

O governador afirmou que há cinco meses os servidores haviam dito que a prioridade era a implantação das promoções e progressões. “Vencido isso aí nós vamos discutir, ao longo do ano que vem, a implantação do reajuste”, disse. Segundo ele, os sindicatos estão distorcendo os fatos com o objetivo de atingi-lo politicamente.

Ocupações

Richa também falou sobre os protestos dos estudantes contrários á reforma do ensino médio e que já ocuparam ao menos 20 escolas no Paraná. Ele classificou as ocupações como atos desnecessários e que os próprios alunos acabam prejudicados já que as aulas terão que ser repostas. “Não há necessidade desse tipo de comportamento, boa parte deles estimulados pelos próprios sindicatos”, observou. Ele voltou a repetir que no Paraná não haverá diminuição das disciplinas ofertadas nas escolas estaduais.

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Pagamento de promoções e progressões a servidores depende do TC, diz governo Richa

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Outro lado

A reportagem tentou contato com o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, que estava em reunião com o governo do estado. Em nome da entidade, a secretária educacional Walkíria Mazeto afirmou que não há novidades na declaração do governador. “O governador vem partidarizando o debate há muito tempo para desacreditar um movimento legítimo da classe”, afirmou. Walkíria ainda disse que o sindicato atua na representação dos trabalhadores e não na defesa de partidos políticos. “A nossa entidade defende os trabalhadores e as nossas pautas são as pautas da categoria. Se algum dirigente defende um ou outro partido, o faz individualmente”, disse.

De acordo com a secretária, a discussão política dentro do sindicato foi sempre com base em projetos de governo. “Sempre debatemos um projeto de sociedade e entendemos que os direitos dos trabalhadores estão ameaçados, o que vem se confirmando”, opinou. Sobre a declaração do governador Beto Richa de que a prioridade dos servidores é o pagamento das promoções e progressões, Walkíria afirmou que esse discurso foi adotado pelo governo e não pelos servidores. “Há cinco meses o governo diz que não pode pagar as duas coisas. A nossa posição é de que não podemos abrir mão do reajuste. A data-base é um direito do trabalhador”, comentou.

Veja na TV UOL/CGN o vídeo da entrevista de Beto Richa

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