Operação Navalha
Conselho adia ainda mais processo contra Renan
Operação Navalha apreende mais de R$ 1,3 milhão e 38 carros de luxo
Romeu Tuma: "Não quero condenar Renan"
Afastamento de diretor provoca racha na PF
Superfaturamento em obras faz país perder R$ 40 bilhões por ano
O ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e o ex-assessor dele, Ivo Almeida Costa, apresentaram à Justiça versões diferentes sobre a presença do dono da Gautama, Zuleido Veras, no Ministério.Em seu depoimento, Rondeau disse que, apesar de conhecer o empresário, não esteve com ele em seu gabinete. Foi desmentido pelo ex-assessor. Segundo Costa, Zuleido reuniu-se "uma única vez" com o ministro.
O G1 teve acesso aos depoimentos prestados à ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon. Ela é relatora do inquérito sobre o esquema de fraudes em licitações desbaratado pela Operação Navalha da Polícia Federal (PF).
Costa foi um dos 48 presos pela PF todos já estão em liberdade. Rondeau pediu demissão no último dia 22, dois dias após ver seu nome foi envolvido no escândalo.
No mesmo dia em que Rondeau deixou o cargo, o ex-assessor dele prestou depoimento à ministra Eliana Calmon e disse que esteve com o Zuleido "umas três vezes" no ministério.
E confirmou: o empresário esteve "uma única vez" com o ex-ministro. Costa afirmou ter participado de uma reunião, no Ministério, em que estavam presentes, também, Rondeau e Zuleido. O assunto discutido, segundo ele, foi o Programa Luz Para Todos.
Na quarta-feira (30), o ex-ministro apresentou ao STJ outra versão. Silas Rondeau admitiu conhecer Zuleido, mas disse que "não há registro" de que o empresário tenha ido ao gabinete para falar com ele.
No entanto, Rondeau relatou que o então assessor contou a ele ter recebido Zuleido "em algumas oportunidades". Também disse que Costa era um dos dois assessores que trabalhavam com ele em seu próprio gabinete. Ao todo, Rondeau disse que cerca de 30 assessores trabalhavam para ele.
Esquema
Zuleido e Ivo Costa foram presos na Operação Navalha sob suspeita de participar de um esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos.
Zuleido é apontado como o chefe do esquema de corrupção. Ivo Costa teria atuado junto com Jorge Targa Juni, presidente da Companhia Energética do Piauí (Cepisa), para fraudar a contratação de obras do Programa Luz Para Todos, favorecendo a construtora Gautama, de propriedade de Zuleido.
Rondeau é acusado pela PF de ter recebido R$ 100 mil de propina da Gautama em troca de favorecimento à construtora. Ele nega as acusações.
O estopim para a saída de Rondeau foi a divulgação de imagens de um encontro entre o então assessor, Ivo Costa, e a diretora comercial da Gautama, Maria de Fátima Palmeira braço direito de Zuleido no Ministério.
Segundo imagens do circuito interno de TV do próprio Ministério, em um encontro no dia 13 março Fátima repassou ao então assessor Ivo Costa, um envelope que, segundo a PF, teria R$ 100 mil. O dinheiro, também de acordo com as investigações, teria sido entregue ao ministro Silas Rondeau.
No depoimento que prestou à ministra Eliana Calmon, Fátima Palmeira negou ter levado dinheiro para o ex-assessor de Rondeau.
Ela também disse que esteve "uma única vez" no Ministério para tratar de uma obra da Gautama. E que nunca negociou qualquer obra do Programa Luz Para Todos.
A reunião, segundo ela, foi rápida. Participaram do encontro, de acordo com a diretora da Gautama, o ex-assessor e Sérgio Luiz Pompeu Sá, que seria lobista da construtora.
Gravações
Silas Rondeau foi citado em conversas entre integrantes do grupo de Zuleido Veras, dono da construtora Gautama.
Numa das gravações, Zuleido Veras conversa com o irmão, Dimas Veras, sobre um encontro que teve com o ministro no dia 27 de fevereiro:
Zuleido: Eu falei com ele ontem e tive com Santana, lá no ministério. Tive com o Silas e tive com o Santana, tá? Santana é o coordenador do programa.
Dimas: Sei.
Zuleido: Certo? Foi muito boa a conversa.Dimas: Tá certo.
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Não há inflação baixa sem controle de gastos: Banco Central repete alerta a Lula
De 6×1 a 4×3: PEC da redução de jornada é populista e pode ser “armadilha” para o emprego
Deixe sua opinião