| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo/Arquivo

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Após entrar em rota de colisão com os acionistas diante do anúncio de que dividiria em oito anos um reajuste extra de 25,63% na tarifa de água, a Sanepar vai pedir à Agência Reguladora do Paraná (Agepar) que o parcelamento seja feito em no máximo quatro anos. A comunicação do fato relevante foi feita nesta terça-feira (21) ao mercado, apenas um dia depois de o presidente da empresa, Mounir Chaowiche, dizer que a decisão “técnica” havia sido “adequada”, por ter levado em conta a crise econômica instalada no país. Antes da definição do aumento, que chegará ao boleto dos consumidores no mês que vem, haverá uma audiência pública sobre o tema na próxima sexta-feira (24), a partir das 19 horas.

Considerada “o call da década do setor de utilities”, a Sanepar virou a “queridinha” da bolsa depois de uma oferta de ações que movimentou R$ 1,98 bilhão em dezembro. Os papéis da empresa chegaram a subir 50% desde então, alavancados, principalmente, pela promessa da companhia aos investidores de que haveria uma revisão de 14% na tarifa já em 2017. Ainda mais otimista, o banco BTG Pactual estimava um aumento de 26%, a ser parcelado em no máximo quatro anos devido a aspectos políticos.

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Celso Nascimento: Sanepar, adivinhe quem vai pagar prejuízo da especulação?

No entanto, no último dia 9, a Sanepar comunicou ao mercado que o Conselho Diretor da Agepar havia decidido reajustar a tarifa de água em 25,63% ao longo de oito anos, começando com uma parcela de 5,7% em 2017 – o restante será repassado nos anos seguintes com correção pela Selic, a taxa básica de juros da economia.

O reflexo foi imediato entre os acionistas, forçando a companhia a convocar às pressas uma conferência pela internet. As ações da empresa, que chegaram a valer R$ 14,95 em fevereiro – valor mais alto desde a oferta de ações em dezembro −, fecharam esta terça em R$ 10,68.

Diante desse quadro, a diretoria da Sanepar informou nesta terça ao mercado que defende a redução de oito para no máximo quatro anos da revisão tarifária. A proposta foi encaminhada ao Conselho de Administração da empresa, para que apresente o pedido à Agepar na audiência marcada para sexta-feira.

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Curiosamente, porém, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada um dia antes, na segunda-feira (20), Mounir Chaowiche anunciou que a Sanepar não iria se manifestar formalmente contra a decisão da Agepar. Ao contrário, disse estar satisfeito “pelo fato de a agência ter reconhecido o índice” de 5,7% para abril deste ano e defendeu que não haveria comprometimento da capacidade de investimentos da empresa uma vez que a reposição a ser aplicada nos próximos anos será corrigida pela taxa básica de juros (Selic).