O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) rebateu nesta quarta-feira (9) a informação, relatada a procuradores pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) recebeu suborno de US$ 10 milhões durante seu governo, entre 1999 e 2001.
Segundo o ex-presidente, uma suposta propina recebida por Delcídio revela ação pessoal do senador, não corrupção organizada. “Se houve algo durante o meu governo, foi conduta imprópria do Delcidio, não corrupção organizada, como agora”, afirmou Fernando Henrique.
Delcídio teria recebido a propina da multinacional Alstom na época em que ocupava a diretoria de Óleo e Gás da Petrobras. Cerveró era um de seus gerentes. O pagamento do suborno teria ocorrido na compra de turbinas para uma termoelétrica que seria construída no Rio, a TermoRio, por US$ 550 milhões. A Petrobras tinha pressa em construir termoelétricas por causa do apagão que ocorreu no governo de FHC entre 2001 e 2002.
De acordo com o ex-presidente, não se trata de um caso de corrupção da gestão tucana. A declaração de FHC faz alusão às acusações que rondam as gestões petistas do governo federal segundo as quais partidos da base aliada indicavam diretores da Petrobras encumbidos de fraudar licitações, que recolhiam propina e repassavam uma parte do dinheiro à sigla que os indicou.
“Dele [Delcídio] nada se sabia, tanto que em 2001 foi aceito pelo PT, e se elegeu Senador, depois foi candidato a Governador do Mato Grosso do Sul. Derrotado pelo PSDB, virou líder da Dilma, sem que suspeitas fossem levantadas. Espero que as investigações se aprofundem e que se comprovado o fato, todos sejam punidos”, afirmou FHC.