Um grupo de senadores vai pedir que a Polícia Federal entre na investigação dos atos secretos do Senado. O número de decisões clandestinas pode passar de mil.

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O Tribunal de Contas da União (TCU) já abriu o processo para investigar as decisões administrativas irregulares. Até o fim da semana, o TCU deve requisitar todos os atos secretos, que autorizaram o pagamento de horas-extras, concessão de benefícios, demissões de parentes de senadores e de funcionários. Atos que passaram a valer sem ser publicados, desrespeitando a constituição.

"Eles não têm razão de ser no mundo jurídico. Ou seja, não existem esses atos. O que cabe agora é pedir o dinheiro de volta, que o tesouro nacional seja recomposto desses problemas", afirma Marinus Marsico, do Ministério Público no TCU.

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Alguns deles nomearam e exoneraram parentes do presidente do Senado, José Sarney. O relatório da comissão de sindicância do Senado foi concluído, mas está sendo mantido em segredo.

O trabalho da comissão tem recebido muitas críticas. Até porque ela também não teve acesso a todas as informações. "Muito boa, perfeita, mas não vai dar em nada. Comissão, há dez anos que se está fazendo, mais uma, mais uma, uma fundação, não sei o quê, e termina dando em nada", diz o senador Pedro Simon (PMDB-RS).

Durante o feriado, senadores de vários partidos trocaram telefonemas e decidiram que é preciso ir fundo nas investigações. Eles vão pedir a Sarney, para que a Polícia Federal e o Ministério Público assumam a investigação dos atos secretos.

"Hoje, qualquer relatório assinado por nós senadores, a opinião pública não vai acreditar. Então não vai servir ao que a gente quer. É preciso que seja apurado e que o povo acredite", afirma o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

A Polícia Federal declarou que pediu - por três vezes - informações ao Senado sobre o ex-diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi e que, até hoje, não recebeu resposta. Zoghbi responde a processo administrativo porque teria usado laranjas e empresas fantasmas para intermediar empréstimos a funcionários. Ele nega irregularidades.

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