O juiz federal Sergio Moro afirmou, nesta segunda-feira (31), que apesar da reclamação de advogados que defendem empreiteiros e outros presos preventivamente na Operação Lava Jato, ele entende que autorizou o uso do mecanismo dentro das excepcionalidades previstas em lei. “Eu me deparei com um quadro de corrupção sistêmica, em que existe a necessidade de medidas para estancar a sangria dos cofres públicos”, afirmou, após palestra em São Paulo.

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O juiz disse que justificam uma prisão cautelar a proteção de processos e prevenir a continuidade da prática de delitos. “Os tribunais superiores têm entendido da mesma forma, então isso me dá uma certa posição de conforto”, afirmou.

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Questionado, Moro se disse favorável aos acordos de leniência - acordos semelhantes às delações premiadas mas para as empresas - desde que cumpram os requisitos de a empresa se comprometer a abandonar as práticas ilícitas, de revelar fatos e de trocar o comando interno, que se mostrou comprometido com a corrupção. “A empresa tem que fazer sua faxina interna.”

Topo

Moro foi questionado pela plateia se acredita que a Lava Jato chegará ao “topo”, em referência indireta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não é uma pergunta que me sinto confortável em responder”, respondeu.

Moro não quis responder também sobre sua segurança pessoal. “A gente não é aconselhado a falar de questões de segurança por questão de segurança”, disse.

Sobre o que o move como juiz, Moro falou que a posição do juiz é bastante reativa, valorizando o trabalho dos órgãos investigadores. “Dever de ofício, pura e simplesmente”, respondeu.

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