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O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) deve solicitar ao procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, a convocação do procurador Vladimir Aras ou de outro membro da Força-Tarefa das contas CC-5 para colaborar com a comissão.

"Assessores da CPI já tiveram conversas informais com ele (Aras). Mas agora é momento para convidá-lo", afirma Serraglio.Aras, mais dois procuradores da República e quatro delegados da Polícia Federal retornaram de Nova Iorque no último dia 6 de outubro. Na bagagem, o grupo trouxe informações de movimentações financeiras feitas por brasileiras no exterior. Os documentos são mantidos em segredo de justiça, mas nesta quarta-feira, em reunião reservada em Brasília, Luiz Flávio Zampronha, um dos delegados da PF que viajou a Nova Iorque confirmou que os extratos bancários remetidos pela Promotoria de Nova York identificam os titulares das contas que abasteceram a Dusseldorf, off shore aberta pelo publicitário Duda Mendonça.

Uma questão burocrática, porém, impede que no depoimento de Aras ou de outro membro da "comitiva" brasileira em Nova Iorque sejam revelados os nomes de quem abasteceu as contas de Duda.

"O estado brasileiro e o estado americano firmaram um acordo em que ministério público repassa documentos a ministério público e polícia repassa informações para a polícia. Se nós repassássemos esses documentos para a CPI estaríamos quebrando esse acordo", explica Aras que acha que pouco poderia contribuir em uma sessão da CPI. "Nossa contribuição é através de documentos, mas nesse caso estamos impedidos".

Para o sub-relator de movimentações financeiras da CPI, Gustavo Fruet (PSDB-PR), uma solicitação feita pela comissão ao Ministério da Justiça deve garantir o compartilhamento de informações com a comissão. "Inicialmente a promotoria americana negou porque houve pedidos de informação da Polícia Federal, do Ministério Público e do Ministério da Justiça. Mas já conversamos com os promotores americanos e um ofício que deverá ser enviado pela secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, deve encerrar a questão."

Pelo sim e pelo não, Fruet e o presidente da comissão, Delcídio Amaral (PT-SP), planejam uma nova viagem a Nova Iorque, caso não haja acordo com a promotoria .Serraglio é contra. "Antes de ir até lá temos que verificar o que nós temos por aqui."

Apesar da divisão quanto a uma nova incursão americana, o entendimento dos parlamentares é de que a colaboração do Ministério Público é fundamental para que se avance nas investigações relacionadas ao mensalão. O depoimento do doleiro Alberto Youssef à CPI, na terça-feira, causou frisson entre os deputados. Já para o Ministério Público não houve novidades. "Ele relatou fatos relacionados ao Banestado que foram investigados no início do trabalho da Força-Tarefa. Já há pessoas presas e respondendo processo por isso", explica Aras.

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