O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), rebateu nesta sexta-feira as contestações feitas pelo deputado Carlos Abicalil (PT-MT) às provas que indicariam que R$ 10 milhões dos R$ 55 milhões que alimentaram o valerioduto teriam saído do Banco do Brasil. Abicalil disse que Serraglio teria se precipitado ao afirmar que parte do dinheiro que o empresário Marcos Valério repassou ao PT teria saído do BB.
- Quem reconheceu que os empréstimos feitos pelas empresas do Marcos Valério iam para o PT foi o ex-tesoureiro do partido. Não fui eu que admiti que os R$ 10 milhões eram empréstimo para o PT, mas o próprio Delúbio Soares - reagiu Serraglio.
Para o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), relator adjunto da CPI, Abicalil está querendo esconder a verdade da população brasileira.
- Tenho esperança que o presidente Lula não incorpore esse discurso, caso contrário poderá ser acusado de perjúrio. Parece que o Abicalil está querendo mostrar notas de dinheiro marcadas - lamentou Paes, rebatendo as declarações do colega petista, segundo o qual não há provas de que parte dos serviços pagos não foram executados pela DNA.
- O próprio diretor de marketing do Banco do Brasil (Paulo Rogério Cafarelli) nos disse que vai acionar judicialmente a DNA, já que não há comprovação da execução de parte dos serviços que foram pagos - acrescentou.
Para o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), sub-relator da CPI, está claro que o valerioduto foi abastecido com dinheiro público. Na opinião dele, a comissão entrou agora numa fase mais produtiva e está muito próxima de desvendar a origem dos recursos repassados por Marcos Valério ao PT e seus aliados.
- Depois dessa apuração, dificilmente não pediremos o indiciamento de Pizzolato, de Casseb, seu superior hierárquico, e até de mesmo de Gushiken, que era quem controlava toda a área de publicidade oficial do governo e estatais - previu o deputado pefelista.