A última sessão da CPI do Pedágio do ano terminou com confusão e poucos resultados nesta terça-feira (17). Manifestantes que acompanhavam a sessão, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), foram retirados por seguranças e a reunião foi interrompida por cinco minutos. O depoimento do secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho que é irmão do governador Beto Richa (PSDB) trouxe poucos avanços para os deputados estaduais, que formam a CPI.
O secretário, que é conhecido como Pepe Richa, disse que o governo deve terminar as negociações com duas empresas de pedágio no início do próximo ano, entre janeiro e fevereiro. Ainda faltaria negociar com outras quatro concessionárias, com quem ele espera concluir o acordo até março do ano que vem. A previsão coincide com o término da CPI, que tem prazo para trabalhar até 2 de março. Essas negociações, porém, acontecem há mais de dois anos e o secretário não detalhou que tipo de acordo pode ser feito com as concessionárias.
A tentativa de mudar os contratos do pedágio com a autorização das empresas começou em 2011, quando o governo Richa decidiu suspender as ações judiciais com as concessionárias até que fosse firmado um novo pacto entre as partes. Desde então, não houve nenhum resultado. E as ações movidas por outros entes, como os próprios usuários, que deveriam tramitar normalmente na Justiça, parecem não ter avançado, já que não há notícias de decisões da Justiça.
Manifestantes são tirados à força da sessão
As cenas de agressão contra manifestantes que acompanhavam a sessão da CPI foram registradas pelo telejornal ParanáTV. Segundo os deputados, os manifestantes costumam acompanhar todas as audiências públicas que a comissão promove em cidades do interior. Dessa vez, por ser uma sessão da CPI e não uma audiência, eles não puderam falar em plenário. Em protesto, colaram adesivos na boca.
Os seguranças da Casa alegam que o grupo começou a se movimentar em direção ao secretário. Eles interferiram e carregaram os manifestantes para fora. Uma mulher, que faz parte do grupo, passou mal depois de ser expulsa. Depois da confusão, os manifestantes voltaram ao plenarinho e assistiram ao resto da sessão.
Segundo a assessoria do deputado Nelson Luersen (PDT) - presidente da CPI -, os manifestantes fazem parte do grupo Movimento Contra a Corrupção - Por Amor a Londrina, e já participaram de várias audiências com protestos simbólicos.
Em uma delas, em Londrina, eles levaram um caixão. Na época, o gesto foi apoiado pelos membros da comissão. "As manifestações populares são fundamentais para dar força para esta CPI. Como eles, somos contra a prorrogação dos contratos e estamos lutando para isto", disse Luersen na ocasião, em outubro.