Pela segunda vez, foi suspensa a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, que ouve o depoimento do delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz, para que os deputados possam participar de votações no plenário da Câmara. Em duas horas de depoimento, o delegado optou por não responder às perguntas referente ao processo de investigação da Operação Satiagraha, alegando estar amparado pela Constituição e pelo Código Penal.
Já sobre as interceptações telefônicas, Protógenes afirmou que houve efetivo controle do Ministério Público Federal (MPF) ao longo da operação para fiscalizar os atos das autoridades policiais. Ele contou que mesmo as divergências que aconteceram ao longo da investigação foram consideradas saudáveis e que concluiu-se que havia realmente necessidade de fazer as interceptações telefônicas.
Protógenes disse que é delegado federal desde março de 1999 e que nunca teve vinculação partidária. Informou ter trabalhado em questões partidárias e eleitorais na condição de advogado. O delegado defendeu a ampliação do prazo das interceptações, atualmente de quinze dias, podendo ser renovado. Segundo ele, a senha para ter acesso às informações é dada com autorização específica para uma investigação em andamento.
O deputado Carlos Willian (PTC-MG) perguntou a Protógenes se conhecia Ricardo Fontana, que segundo ele, é um doleiro de São Paulo que até hoje não foi investigado pela PF. Protógenes não respondeu à questão. Segundo Willian, Ricardo Fontana é, na verdade, o dono da churrascaria onde ocorreu a tentativa de suborno a policiais federais para que não fossem incluídos nas investigações o banqueiro Daniel Dantas e sua irmã, Verônica Dantas.
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