As entidades do setor produtivo do Paraná que compõem o chamado G7 estão estudando o "pacotão" apresentado pelo governo à Assembleia Legislativa e deverão se posicionar antes que o projeto seja votado, na próxima semana. Segundo o presidente da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Darci Piana, as entidades procurarão apresentar alternativas.

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"Não podemos deixar de levar nossas preocupações, porque é extraordinariamente grande a mudança", afirmou Piana. "Milhares de itens são atingidos, mas ainda não sabemos qual a extensão. Qualquer alteração que aumente imposto prejudica. A conta pode ser paga pelo consumidor ou levar empresas a uma situação difícil."

O G7 é formado por Fecomércio, Federação da Agricultura (Faep), Federação das Empresas de Transportes de Cargas (Fetranspar), Associação Comercial do Paraná (ACP), Federação das Associações Comerciais e Empresarias (Faciap), Federação das Indústrias (Fiep) e Federação das Cooperativas (Fecoopar).

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Gestão

O economista Fabiano Camargo da Silva, do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese), avalia que o governo do Paraná enfrenta um problema de gestão. "[O governo] tenta aumentar a arrecadação, mas por outro lado corta gastos com servidores", diz. "Parece um problema de gestão: o governo aumenta a receita e não consegue controlar as despesas."

Segundo o Dieese, a receita corrente líquida do estado vem crescendo, mas não é revertida em investimentos. "A receita corrente líquida subiu 51% de 2011 a 2013, mas o retorno para a sociedade não vem na mesma proporção. Os investimentos públicos estão entre os mais baixos do Brasil", comenta Silva.

Para o advogado tributarista Gilson Fausti, o país como um todo passa por um momento de aumento de tributos. Além de 2015 ser um ano em que novos governos se iniciam, haveria uma tendência de incremento da carga tributária em função de um longo período de "afrouxamento". "Está se retomando um incremento da carga tributária em função de um afrouxamento em um período anterior, em que a economia estava cambaleando", diz. "Os tributos atuaram não como instrumento de arrecadação, mas como instrumento extra-fiscal, para ajudar as empresas a passarem o momento difícil, mas isso tem um limite."

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