Suplente pretende pedir cadeira de Derosso na Câmara
O primeiro suplente do PSDB na Câmara de Vereadores de Curitiba pretende requerer a vaga de João Cláudio Derosso, que deixou o partido nesta segunda-feira (8). Em entrevista à Gazeta do Povo, Edson do Parolin disse que vai conversar com os dirigentes do PSDB na tarde desta terça-feira (8) sobre os procedimentos que devem ser adotados para que ele assuma a cadeira de Derosso.
"Fiquei sabendo da decisão do Derosso hoje (terça-feira). Vou conversar com o partido e pretendo assumir essa vaga", afirmou o suplente. Leia matéria completa
Derosso se irrita e arranca microfone de repórter na Câmara
O vereador João Cláudio Derosso (sem partido), que deixou o PSDB nesta segunda-feira (7), diante da ameaça de ser expulso da legenda, atacou um repórter na Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (8)
Perfil
Cláudia Queiroz é ex-mulher do vereador João Cláudio Derosso. Ela era proprietária da empresa Oficina da Notícia, que geriu R$ 5 milhões em contratos de publicidade da Câmara (2006-2011), enquanto Derosso era presidente da Câmara.
Em janeiro de 2012, Claúdia foi demitida da emissora de tevê do governo paranaense, a E-Paraná antiga TV Educativa. A jornalista foi afastada em agosto de 2011 quando as primeiras denúncias contra Derosso foram divulgadas pela Gazeta do Povo - e a demissão ocorreu durante as férias da apresentadora.
Derosso e Cláudia alegaram que não cometeram irregularidades e que não se conheciam quando o contrato foi firmado. Na época da licitação, Cláudia era comissionada da Câmara, o que também é irregular.
Em novembro, após o Ministério Público pedir o afastamento de Derosso da presidência da Câmara, ele se licenciou do cargo. O vereador deixou o PSDB na segunda-feira (7) e pode perder a cadeira na Câmara.
Depois de quase um ano da primeira denúncia de suspeita de irregularidade nos contratos de publicidade da Câmara de Curitiba, a empresária Cláudia Queiroz, dona da Oficina da Notícia, resolveu falar. Numa entrevista exclusiva concedida na sexta-feira passada para a Gazeta do Povo e a RPC TV, Cláudia falou pela primeira vez sobre a execução do contrato e sobre o processo licitatório que disputou e venceu.
Ela nega qualquer irregularidade, afirma que não tinha qualquer relacionamento com o ex-marido João Cláudio Derosso no momento da licitação e diz ser inocente. Confira alguns trechos da entrevista. Na edição desta quarta-feira, a Gazeta do Povo vai trazer outros trechos da entrevista exclusiva.
Como você soube da licitação?Cláudia Queiroz - Eu soube pelo Diário Popular. Eu nunca deixei de ter a minha empresa. Ela foi publicada e foi, inclusive, a primeira vez que eu participei de uma licitação. Foi uma surpresa inclusive ter participado e ter sido uma das empresas escolhidas.
Alguém te orientou sobre o que deveria fazer, já que você participava pela primeira vez?Cláudia - Não. Eu não preciso disso. Eu participei igual quando a gente faz vestibular. A gente estuda. A gente vê se tem condição de passar. Eu tive uma condição de concorrer.
Na época que você se candidatou a esta licitação existia um relacionamento [com Derosso]?Cláudia - Não. Não existia e é bom deixar bem claro, eu não tinha absolutamente nada com ele no momento da licitação.
Isso surgiu depois, quando você já estava com o contrato ativo?Cláudia - Sim.
Não houve nenhum favorecimento?Cláudia - De forma alguma. Se tivesse tido um favorecimento eu não teria administrado 15% do recurso de publicidade. Se houvesse um favorecimento até mesmo nos momentos de renovação de contrato eu teria recebido mais. Não houve nada disso. Em nenhum momento.
Sobre o fato de ser funcionária da Câmara, você se perguntou em algum momento se era legal ou ilegal na hora de participar da licitação?Cláudia - Quando eu participei da licitação eu não sabia que não poderia participar porque eu estava naquele momento funcionária. Foi um período muito curto e eu já sabia inclusive que eu não ia continuar muito tempo, porque eu estava vinculada a um vereador que estava saindo e era um cargo de confiança. Agora eu não sou obrigada a saber que eu sendo funcionária eu não posso participar de uma licitação. Eu sabia que depois de eu ter ganhado a licitação, de ter sido uma das empresas selecionadas, que eu não poderia exercer um cargo ali na Câmara.
Em algum momento, durante a execução do contrato, você percebeu alguma situação de ilegalidade na relação com a Câmara?Cláudia - Não. Não percebi.
Nem relacionada às empresas...Cláudia - Eu tive o comprovante de todos os serviços prestados. Eu não tinha como pensar que alguma delas teriam qualquer irregularidade. Então tem um empenho, tem a nota comprovando que o serviço que foi desenvolvido. Eu vou pensar que tem irregularidade onde?
Você tinha conhecimento de que funcionários da própria Câmara ou funcionários de vereadores tinham alguma ligação com essas empresas, alguns até donos de empresas como no caso do ex-diretor geral [José Domingos], cuja mulher era dona de uma empresa?Cláudia - Eu não tenho como saber esse tipo de coisa porque eu tenho que saber que o veículo vai publicar aquilo que eu estou mandando e divulgando.
Tinha empresa que vendia nota como o vereador Algaci Túlio falou?Cláudia - Aí é um problema dele. Eu não sei. Se ele tinha um programa de rádio, se ele recebeu por mim, hoje eu não sei... eu trabalhei com tantas empresas. Foram várias empresas e não eram as mesmas que a gente trabalhava no mês a mês. Mas aí é um problema que ele vai ter que responder.
O vereador Algaci Túlio disse que chamavam os vereadores que eram radialistas para dizer que havia uma verba disponível. Você teve conhecimento disso? O ex-presidente comentou isso?Cláudia - Não. O que acontece é que vários vereadores são comunicadores ou já eram comunicadores, ou são comunicadores e os veículos onde eles atuam receberam algum recurso de publicidade. E isso não foi irregular, porque eles prestaram aquele serviço.
Vocês sabiam que ia dinheiro para esses programas?Cláudia - Eu não sei se [os programas] é do diretor ou do vereador. Eu sei que tem o programa que a gente trabalhou junto, claro.
E que tinha esse dinheiro da Oficina da Notícia que ia para produtoras ligadas a esses programas? Cláudia - O dinheiro da Câmara ia para esses programas e era para isso que a Oficina da Notícia estava ali.
Por intermédio da Oficina da Notícia?Cláudia - Exatamente. Mas a gente foi contratada para isso. Para mim não interessa se é diretor ou se é vereador. Eu não quero saber quem está por trás. O trabalho foi feito.
Todos os vereadores comunicadores tinham, mesmo que informalmente, direito a algum dinheiro. Era natural isso? Cláudia - Não.
Todos eles [vereadores comunicadores] tinham vínculo com a Oficina?Cláudia - Não.
Você é inocente?Cláudia - Sem dúvida nenhuma. Sem dúvida alguma. Eu fui injustiçada, sou inocente sim, cumpri um contrato, a Câmara foi um dos clientes que minha empresa trabalhou. A minha empresa tem mais de 10 anos de mercado. A minha empresa foi enterrada viva. Eu acho e reajo com muita indignação a tudo que foi falado e que foi feito com relação à Oficina da Notícia.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Novo decreto de armas de Lula terá poucas mudanças e frustra setor
Câmara vai votar “pacote” de projetos na área da segurança pública; saiba quais são