O Tribunal de Justiça deve recomendar a paralisação do trâmite das ações dos quatro ex-governadores que contestam a cassação de suas aposentadorias decretada por Beto Richa em abril passado. Encaminha-se para conseguir maioria entre os 25 membros do Órgão Especial do TJ a proposta de aguardar que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronuncie sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pede o cancelamento do benefício para todos os ex-governadores do Paraná e não apenas dos que exerceram mandato após a Constituição de 1988.
A sessão do Órgão Especial, realizada na última sexta-feira, registrou o voto do desembargado Luiz Osório Panza entre os favoráveis à suspensão do trâmite. Panza é o relator do mandado de segurança, já em exame de mérito, impetrado pelo ex-governador Mário Pereira.
O ato de Beto Richa, baseado em polêmico parecer do ex-procurador-geral do estado Ivan Bonilha, distinguiu os ex-governadores em duas categorias a dos que governaram o estado ainda sob a égide da Constituição de 1967, que previa o benefício, e a dos que vieram depois da Constituição de 1988, que não trata do assunto. No entendimento do mesmo parecer, acatado por Richa, viúvas de ex-governadores que mantiveram o direito à aposentadoria devem continuar recebendo a pensão vitalícia correspondente, da ordem de R$ 26 mil mensais.
Contestadores
São quatro os ex-governadores do período pós-1988 que ingressaram na Justiça contra a cassação do benefício: Roberto Requião, Mário Pereira, Jaime Lerner e Orlando Pessuti.
Olho vivo
Inferno 1
Amigos do governador Beto Richa têm se mostrado preocupados com a sequência de fatos negativos que vem marcando sua agenda nos últimos 30 dias. Na conta deles, pelo menos três episódios ocorridos nesse período lhe trouxeram embaraços uma espécie de "inferno astral". O primeiro deles foi o até agora muito mal explicado corte da transmissão do discurso da presidente Dilma Rousseff durante o anúncio da liberação de recursos federais para a construção do metrô de Curitiba, dia 10 de outubro passado. As causas do corte interpretadas como um inusitado caso de censura ainda estão sendo investigadas pelo Ministério das Comunicações.
Inferno 2
Outro episódio foi o tarifaço do Detran, com reajustes de taxas que chegam a 500% medida impopular que, além de atingir milhões de paranaenses obrigados a usar os serviços da autarquia, dá motivação para descontentamento até mesmo entre os deputados da base aliada. O terceiro caso diz respeito à apressada decisão de colocar o hospital da Polícia Militar à disposição de 118 mil segurados do SAS da região metropolitana.
Inferno 3
A decisão causou revolta entre os policiais, que antes já reclamavam da precariedade das condições de atendimento do hospital, até então exclusivo para 40 mil segurados e dependentes da corporação. A demanda foi multiplicada por quatro sem correspondente aparelhamento do hospital, desagradando ao mesmo tempo os militares e os servidores civis.
Adiado
O conselheiro Artagão de Mattos Leão estava pronto para relatar o processo do Tribunal de Contas sobre a legalidade do ato do prefeito Luciano Ducci de romper o contrato que a Urbs mantinha com a empresa de radares Consilux. Na sessão de quinta-feira, porém, antes da leitura do voto, o conselheiro Heinz Herwig pediu vistas e o julgamento foi adiado. Está subordinada a Herwig a inspetoria de Controle Externo, cuja chefe é Solange Isfer, esposa do presidente da Urbs, Marcos Isfer.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; acompanhe o Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?