O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou nesta terça-feira (11) que um grupo empresarial do Pará, acusado de fraudar uma licitação da Transpetro --subsidiária de logística da Petrobras-- doou recursos para o diretório do PMDB de Alagoas --principal financiador de sua campanha ao Senado, em 2010.
Em nota, Renan afirmou que a empresa venceu um processo licitatório pelo menor preço e o contrato foi auditado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sem irregularidades. "Estamos diante de uma denúncia da legalidade. Não é cabível outra interpretação. Tudo como manda a lei", afirmou o senador.
Na nota, Renan também afirma que a empresa fez "múltiplas doações eleitorais", todas declaradas, seguindo a determinação legal.Reportagem publicada nesta terça pelo jornal "O Estado de S. Paulo" afirma que o grupo empresarial acusado de fraudes doou R$ 400 mil ao diretório do PMDB de Alagoas, principal financiador da campanha de Renan. O presidente da Transpetro na época, Sérgio Machado, foi indicado por Renan para o cargo.
Machado entrou em licença não remunerada da empresa devido à pressão da PricewaterhouseCoopers (PwC), que condicionou a realização da auditoria nas demonstrações financeiras da Petrobras do terceiro trimestre ao afastamento do executivo.
A reportagem confirma que as doações foram feitas de forma legal ao PMDB em nome da SS Administração e Serviços. Três meses após a doação para o PMDB alagoano, segundo o jornal, o grupo empresarial venceu uma licitação para a construção de 20 comboios navais no Estado.
Machado se licenciou do cargo na semana passada depois de ser apontado como suspeito de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.A reportagem afirma que procuradores de Araçatuba apontam desvios de R$ 21,9 milhões no contrato de R$ 432 milhões entre a Transpetro e o grupo empresarial. Para o Ministério Público, segundo o jornal, Sérgio Machado ajudou a direcionar a licitação.
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