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Suzane von Richthofen e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos já estão no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Suzane saiu do prédio onde mora o ex-tutor e advogado Denivaldo Barni num carro do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), escoltada por mais três viaturas da PM.

Suzane pediu aos advogados que não seja obrigada a sentar-se ao lado do ex-namorado Daniel Cravinhos e do irmão dele, Cristian Cravinhos. Pediu ainda que não fique olhando de frente para os jurados. Os pedidos deverão ser apresentados ao juiz Alberto Anderson Filho.

Pela primeira vez desde 31 de outubro de 2004, o irmão de Suzane, Andreas, falará sobre a morte de seus pais, Marísia e Manfred von Richthofen. Andreas tinha 16 anos quando seus pais foram assassinados. Na noite do crime, foi deixado em uma casa de jogos eletrônicos pela irmã. Depois que Daniel e Cristian Cravinhos mataram o casal, Suzane foi buscar Andreas e voltou para a casa com ele.

O promotor Roberto Tardelli afirmou que o irmão de Suzane deverá prestar depoimento ao Tribunal do Júri como testemunha de acusação. Segundo ele, em algum momento Andreas, que foi poupado durante o andamento do processo, deveria depor e contar sobre sua vida e, se isso não ocorreu antes, foi mais por razões humanitárias do que processuais.

"Haveria um momento em que este menino precisaria falar. O tamanho do sofrimento que este menino padece hoje. O quanto a vida dele se acabou em razão destes fatos. Esse menino não consegue mais ter uma vida como a de todos nós. Ele é perseguido pela mídia, discriminado pelas pessoas e se tornou, sem querer, uma celebridade como vítima remanescente de uma tragédia familiar", afirmou o promotor.

Andreas von Richthofen e Suzane brigam na Justiça pela herança dos pais, avaliada em R$ 2 milhões. No fim de semana, Suzane treinou com os advogados o que deverá falar ao juiz. Ela dirá que quer contar sua história, falará sobre o relacionamento com Daniel Cravinhos, com quem namorou por dois anos e perdeu a virgindade e que agiu 'dominada' por ele.

Tardelli evitou afirmar se o julgamento dos três - Daniel, Cristian e Suzane - será desmembrado. Mas adiantou que pedirá à Justiça que Suzane von Richthofen volte ao Centro de Ressocialização de Rio Claro caso não seja julgada nesta segunda-feira. O promotor afirmou que será muito frustrante se, além de não ser julgada hoje, ela retornar à residência do ex-tutor Denivaldo Barni, onde está em prisão domiciliar.

A expectativa do promotor é que, caso Suzane seja julgada primeiro, a sessão seja encerrada na quarta-feira. Caso os primeiros a serem levados ao Tribunal do Júri sejam os irmãos Cravinhos. Tardelli acredita que o julgamento só terminará na quinta-feira. Se os três forem julgados ao mesmo tempo, a previsão é que a sentença seja proferida na sexta-feira.

O promotor disse que Suzane deverá permanecer na sala do Tribunal do Júri durante o julgamento. "Não há a menor possibilidade moral e ética de Suzane aguardar o julgamento em outro lugar", afirmou.

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