MPjTC pede que o conselheiro Durval Amaral seja afastado da relatoria das contas do governo do estado por ter sido secretário de Richa.| Foto: Aniele Nascimento/Aniele Nascimento

O presidente do Tribunal de Contas (TC), Ivan Bonilha, declarou nesta quarta-feira (4) que vai colocar em votação se Durval Amaral deve ou não relatar a análise da prestação de contas do governo do estado. A votação acontecerá na mesma sessão que a análise das contas em si, logo antes. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas (MPjTC) pediu o afastamento de Amaral da relatoria, uma vez que ele foi secretário-chefe da Casa Civil no primeiro governo Beto Richa (PSDB).

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Neste ano, algo parecido aconteceu no julgamento das contas do governo federal, pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No caso, o próprio governo suscitou a exceção de suspeição do relator Augusto Nardes, por supostamente ter dado declarações públicas que indicavam um pré-julgamento das contas. Na ocasião, o pedido foi rejeitado pelos ministros do TCU por unanimidade.

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A data do julgamento ainda não está definida. Pelo regimento do TC, Amaral precisa solicitar a inclusão em pauta até cinco dias antes da sessão. A expectativa é que ele faça essa solicitação nesta quinta-feira (5), para que o processo entre em pauta na semana que vem. Segundo Bonilha, as contas devem ser votadas em uma sessão extraordinária, uma vez que essas sessões tendem a ser longas.

Afastamento

Em um parecer apresentado no último dia 19 de outubro, o MPjTC pediu que Amaral fosse afastado da relatoria por sua ligação com o governador. Antes de ser eleito conselheiro, ele foi secretário-chefe da Casa Civil, nos anos de 2011 e 2012. No entendimento do MPjTC, mesmo não tendo participado do governo em 2014, “a estreita relação de confiança que une” os dois “por si só influencia a condução processual correspondente”, o que justifica sua saída.

Bonilha preferiu não opinar sobre esse assunto, visto que pode ter que votar caso haja um empate nesta questão. Entretanto, ele ressaltou que o procurador-geral do MPjTC, Michael Reiner, estava presente na sessão em que Amaral foi sorteado como relator e não levantou esta questão na ocasião – argumento que foi utilizado também pelo próprio Amaral quando o parecer foi publicado.

Além do afastamento de Amaral, o parecer indica a rejeição das contas do governo do estado por 26 irregularidades. Entre elas está a alteração irregular de metas fiscais a posteriori – o que foi qualificado como uma “pedalada fiscal”. Além deste parecer, há um parecer da Diretoria de Contas Estaduais e um da Diretoria Jurídica do TC orientando pela aprovação das contas com ressalvas.