O primeiro-vice-presidente da Câmara, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), candidato derrotado à Presidência da Casa, afirmou na manhã desta quinta-feira, em entrevista à Rádio CBN, que a crise política que assola o governo há quatro meses não vai arrefecer com a vitória de Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Nonô disse ainda acreditar que a posse do candidato governista na Presidência da Câmara não vai melhorar a imagem negativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Congresso.

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- Não desmereço nem desqualifico a vitória do meu adversário, a quem admiro e respeito. O que me preocupa é que a crise vai continuar. A imagem negativa do povo sobre Lula e sobre o Congresso vai continuar e esta era a única coisa que tentaríamos reverter se tivéssemos vencido a eleição.

Thomaz Nonô afirmou ainda que Aldo tem mais qualidades para presidir a Câmara do que Severino Cavalcanti (PP-PE), mas fez ressalvas quanto às negociações que garantiram a vitória do candidato governista e que podem atrelá-lo ao Palácio do Planalto:

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- Não tenho a menor dúvida de que Aldo é melhor qualificado do que Severino. Não tenho dúvida de que a Casa vai mudar, vai ter uma nova fase. Agora, eu não sei se a sua subordinação direta ao Poder Executivo e ao presidente Lula, se o seu vínculo pessoal a vários dos deputados acusados, vai contribuir para o melhor trabalho. Mas quem viver verá.

O deputado voltou a criticar a intervenção de ministros no processo eleitoral da Câmara e a vincular a eleição de Aldo ao apoio dos partidos acusados de envolvimento com o esquema do mensalão:

- No primeiro turno, foi 182 a 182. A eleição, então, foi decidida pelos votos do PTB, PL e PP, que são os partidos do mensalão. Acho que qualquer leitor, qualquer ouvinte de inteligência mediana vai ver que o entusiasmo com que esses deputados ameaçados aplaudiram a vitória do Aldo é um demonstrativo de onde vieram estes votos. A presença dos ministros era uma prática que o PT reprovava. Então, foi uma eleição bonita, em alto nível, no que diz respeito ao seu aspecto formal, mas embaixo foi a mesma prática execrada por tantos anos.