O juiz federal Sergio Moro havia decretado uma segunda prisão de Pessoa em 18 de fevereiro com o argumento de que a defesa do executivo tentara interferir no processo recorrendo a políticos| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região revogou nesta quarta-feira (15) uma das prisões do presidente afastado e dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa. Decisão unânime de quatro desembargadores considerou que a notícia de que o advogado de Pessoa, Alberto Toron, teria se encontrado com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não é motivo para que o empresário seja preso, já que não houve qualquer interferência no processo. O TRF é o tribunal que julga os recursos da Justiça Federal do Paraná.

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Pessoa, no entanto, continuará detido porque havia dois decretos de prisão contra ele e um deles continua válido.

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Ex-diretor Renato Duque tem habeas corpus negado em 2ª instância

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou nesta quarta-feira (15) um pedido de habeas corpus do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que foi detido na Operação Lava Jato há um mês.

A defesa de Duque contesta a acusação de que ele mantinha contas em Mônaco com dinheiro originado de desvios da Petrobras e recorreu à corte, que é a segunda instância da Justiça Federal. A ordem de prisão tinha sido expedida pelo juiz federal Sergio Moro, do Paraná.

O ex-diretor argumentou que está aposentado da estatal desde 2012. O relator do caso no tribunal federal, João Pedro Gebran Neto, porém, afirmou que os argumentos para a prisão estão bem fundamentados e com “indícios suficientes”. O magistrado afirmou que Duque tentou dificultar a identificação das contas no exterior e que nem o “avançado estágio” da operação inibiu suas ações.

Duque já havia sido detido em 2014 na Lava Jato, mas conseguiu ser solto graças a decisão do Supremo Tribunal Federal. Desde março, ele é réu em ação penal relacionada à operação na Justiça Federal no Paraná.

O juiz federal Sergio Moro havia decretado uma segunda prisão de Pessoa em 18 de fevereiro com o argumento de que a defesa do executivo tentara interferir no processo recorrendo a políticos.

Moro escreveu no decreto de prisão que era “intolerável que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas, em total desvirtuamento do devido processo legal e com risco à integridade da Justiça e à aplicação da lei penal”.

Os desembargadores decidiram que o advogado tem o direito de se encontrar com o ministro da Justiça e disseram que não foi provada nenhuma interferência na ação penal, como alegara o juiz.

A revogação de uma das prisões de Pessoa é a terceira vitória que os advogados de defesa obtém no TRF, depois de terem impetrado mais de 170 recursos em diferentes instâncias da Justiça. Na semana passada, o mesmo tribunal tomara decisão similar no caso do presidente do conselho de administração da Camargo Corrêa, João Auler, revogando um das prisões dele. Anteriormente, o TRF havia proibido o juiz de convocar pessoas para as audiências por telefone.

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Pessoa está preso desde 14 de novembro do ano passado, sob acusação de ter pago propina para obter contratos na Petrobras. Delatores da Lava Jato apontaram o executivo como o coordenador do cartel que fraudava licitações da Petrobras. O engenheiro também é sócio do doleiro Alberto Youssef em um hotel e um empreendimento imobiliário na Bahia. A defesa de Pessoa nega com veemência que ele tenha praticado crimes.

Ele iniciou conversas com procuradores e a Polícia Federal para fazer um acordo de delação premiada, mas a negociação encontra-se num impasse, segundo a reportagem apurou, porque o executivo se recusa a reconhecer a prática de certos crimes.