O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), está convencido de que o empresário Marcos Valério de Souza está agindo nos bastidores, desde o início do escândalo do mensalão, para atrapalhar e confundir as investigações feitas pelo Congresso, Ministério Público e Polícia Federal. Uma prova disso é o laudo da perícia realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal nos documentos contábeis e nos extratos bancários da DNA e da SMP&B, que revela que as duas agências de propaganda emitiram 80 mil notas falsas e ainda fizeram várias retificações em suas contabilidades. Para Serraglio, Valério tem agido assim com a certeza da impunidade.

CARREGANDO :)

Mesmo admitindo o interesse da CPI em ver Valério preso, desde a confirmação de que documentos da DNA teriam sido incinerados, Serraglio não disfarça seu desânimo em relação à possibilidade de o empresário vir a ser responsabilidado por todos os crimes dos quais é acusado. Na opinião do relator, os documentos e provas colhidos com a perícia do INC seriam suficientes para que algumas providências já tivessem sido tomadas em relação ao empresário mineiro.

- Talvez com esses dados, é de se supor que a PF requeira a prisão de Valério e nós temos interesse nisso. Mas ele parece agir com absoluta confiança na impunidade. Quem tem meios, recursos e forças que o Marcos Valério tem, é difícil dizer se amanhã ele estará respondendo pelo que fez - desabafou Serraglio.

Publicidade

Para o relator da CPI, Valério e suas empresas poderão ser enquadrados em vários crimes que vão da falsificação de documentos, carimbos e assinaturas oficiais, além de promover retificações na contabilidade de suas empresas com o objetivo claro de confundir as investigações, sonegar impostos e esconder corrupção.

- Trata-se de uma fraude generalizada, que a gente até se perde. As retificações na contabilidade das empresas de Marcos Valério só foram realizadas depois das nossas descobertas e mesmo assim ainda ocultam até mesmo pagamentos oficiais, como um crédito de R$ 12 milhões recebido pela DNA da Eletronorte - observou Serraglio.