Dia 16 de março de 2016 terminou com protestos por todo o Brasil.| Foto: Evaristo Sá/AFP

Café com ministro

8h30 - Após quatro horas de reunião na noite anterior, a presidente Dilma Rousseff volta a se encontrar com o ex-presidente Lula em café da manhã no Palácio do Planalto. Lula havia prometido uma resposta definitiva para a quarta-feira (16/3) sobre o convite para assumir um ministério e, finalmente, diz que aceita ir para a Casa Civil. Pelo acordo, Jaques Wagner, atual secretário da pasta, vai para a chefia de gabinete da presidente.

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É problema do Lula

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10 horas - Durante viagem a Paris, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é perguntado por repórteres sobre a possibilidade de Lula virar ministro (neste horário, ainda não havia decisão do ex-presidente). “Isso é um problema dele, não meu”, disse Janot. Na nova função, Lula ganha foro privilegiado e as investigações contra ele sobem da Justiça Federal do Paraná para o Supremo Tribunal Federal, com apoio da PGR.

 
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Ida ao protesto

12 horas - Logo após o anúncio de que assumiria a Casa Civil, Lula informou aos organizadores do ato previsto para sexta-feira (18), em defesa do governo, de que compareceria ao evento marcado para a Avenida Paulista. Por volta do mesmo horário, o presidente do PT, Rui Falcão, declara que o ex-presidente será o “ministro da Esperança”.

“Escandaloso”

12h20 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reage à informação de que Lula vai assumir a Casa Civil. Segundo ele, o movimento do petista é “escandaloso” e “é um erro do ponto de vista da organização do governo”.

Alô, é o ministro

15 horas - Falando como ministro, Lula telefona para o vice-presidente Michel Temer e para o presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB. O petista marca conversas sobre “soluções” para a crise na gestão Dilma. À imprensa, Renan declara que Lula tem “indiscutivelmente” boa relação com o Congresso.

Poderes necessários

18 horas - Em entrevista à imprensa, Dilma justifica a escolha de Lula para o ministério. Segundo ela, Lula terá “os poderes necessários” para as funções de comando da Casa Civil. A presidente também negou a intenção de mexer na equipe econômica e assegurou os cargos dos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Alexandre Tombini (Banco Central).

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“Em caso de necessidade”

18h45 - O juiz Sergio Moro inclui no inquérito que investiga Lula na Justiça Federal, em Curitiba, uma conversa entre o ex-presidente e Dilma. No diálogo, ela informa que encaminhará a Lula um “termo de posse” para o cargo de ministro. Ela recomenda que o documento só deveria ser usado “em caso de necessidade”. Por volta do mesmo horário, o governo publica em edição extra do Diário Oficial da União a nomeação de Lula. A posse, de fato, só ocorre na terça-feira.

“Renuncia, renuncia”

19h30 - Depois da divulgação das gravações que sugerem a interferência de Dilma e Lula nas investigações da Lava Jato, deputados federais da oposição passam a exigir a renúncia da presidente, durante sessão em plenário. Houve bate-boca generalizado e a sessão foi encerrada.

 
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Panelaço, buzinaço e afins

20 horas - Aumentam os protestos contra Lula e o governo petista. As maiores aglomerações ocorrem na Avenida Paulista, em São Paulo, na frente do Palácio do Planalto, em Brasília. Em Curitiba, dezenas de manifestantes vão para a frente da sede da Justiça Federal. Há registro de panelaço, buzinaço e estouro de fogos de artifício.

 

Convulsão social

20h30 - O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, acusa o juiz Sergio Moro de criar um clima de “convulsão social” ao incluir no inquérito a conversa telefônica entre Lula e Dilma. Em nota, Dilma fala em “teor republicano” da conversa com Lula.