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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), admitiu nesta sexta-feira que o ambiente na Casa melhorou com a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL), o que deve facilitar a votação de matérias importantes, embora reconheça que ainda haja temas delicados, como os processos envolvendo o próprio peemedebista. O petista afirmou ainda que não cogita, pelo menos por enquanto, fazer descontos no salário de Renan, que há uma semana não é visto em público. Segundo Viana, o alagoano vive uma situação de estresse e pode usar essa justificativa para abonar as faltas.

- Qualquer ser humano na condição dele estaria sujeito a estresse, que poderia ser apresentado como justificativa por razões concretas. Vamos ver que tipo de encaminhamento ele dará a isso. Não parei para pensar nisso e essa é uma atividade funcional da Casa que será cumprida com justiça e serenidade. Qualquer corte de ponto precisa de uma justificativa se houve uma falta intencional - afirmou.

Perguntado se a ausência do senador facilitou o diálogo entre governo e oposição no Senado, Tião Viana disse que a Casa caminha para a pacificação:

- Eu acho que caminhamos para a pacificação da Casa sem com isso desconsiderar que existem matérias envolvendo senadores que são delicadas e têm de ser resolvidas. A sociedade e a imprensa cobram uma resposta. O Senado está no seu tempo - afirmou.

Mais uma vez, Tião Viana disse que a antecipação do debate sobre a sucessão de Renan não ajuda a melhorar o clima no Senado, pelo contrário, prejudica a votação de matérias como CPMF e voto aberto e o andamento dos processos contra Renan no Conselho de Ética.

- Qualquer impulso sucessório é prejudicial ao ambiente político, à boa negociação, ao encaminhamento da CPMF, matérias de transparência e a um julgamento isento e imparcial diante dos casos pendentes no Conselho de Ética - disse.

Sobre as novas representações que chegaram à Mesa, uma contra Renan, acusado de repassar R$ 280 mil para a empresa fantasma de um ex-assessor por meio de emendas ao Orçamento, e outra contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que teria comandado o chamado "mensalão mineiro", Tião Viana disse que vai pedir que o advogado-geral do Senado instrua os pedidos.

- Vou conversar agora com o advogado-geral da Casa e vou pedir para que instrua a matéria até terça-feira de manhã para que eu possa convocar a Mesa para tomarmos uma decisão.

Tião Viana não desmentiu a informação de que objetos pessoais de Renan que estavam no gabinete da presidência teriam sido encaminhados, sem o conhecimento do senador alagoano, ao outro gabinete em que Renan despachará durante a licença. O petista disse apenas ter ficado surpreso com a notícia da devolução de objetos pessoais como escova de dente.

- Fiquei surpreso. Vi pela imprensa. Encontrei um gabinete arrumado e cumpro o que qualquer cidadão cumpre. Quando o presidente Lula viaja, o vice atende no gabinete dele, quando um governador viaja, o vice atende no gabinete dele. É isso que estou fazendo. Apenas isso - explicou.

Viana sinaliza intenção de diálogo com PSDB sobre CPMF

O presidente interino do Senado afirmou que existe um "movimento" do governo em favor de dialogar com oposicionistas sobre a prorrogação da CPMF até 2011. O petista citou diretamente o PSDB como exemplo, o que reforça a estratégia governista de diferenciar o tratamento à oposição. Enquanto tucanos são elogiados, o DEM, que já fechou questão contra a CPMF, chegou a ser chamado na quinta-feira de "demo" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Começa um movimento de busca do governo para os partidos que têm sensibilidade para o diálogo, como o PSDB, que tem posições firmes, e quer uma redução escalonada (da CPMF). O governo deve buscar o entendimento não só com o PSDB, mas com todos os partidos que têm interesse em expor suas convicções - afirmou Viana.

Viana previu ainda para a próxima semana a votação de medidas "a favor da transparência do Senado", com a proposta de emenda à Constituição que acaba com o voto secreto e o projeto de resolução que determina o afastamento de cargos de comando dos senadores que estejam sendo investigados pelo Conselho de Ética.Fidelidade: Viana lamenta 'fogueira de vaidades' entre Câmara e Senado

Tião Viana lamentou nesta sexta-feira a existência de ressentimentos entre os deputados com a aprovação, pelo Senado, da proposta de emenda à Constituição que institui a fidelidade partidária. O petista afirmou acreditar que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), também é contrário às críticas de alguns deputados que ficaram insatisfeitos pelo fato de o Senado ter aprovado um projeto que já estava em discussão na Câmara.

- Essa disputa de vaidades ainda faz parte das Casas. Acho que o presidente Chinaglia também é contrário (à disputa). Essa fogueira de vaidades que arde nas duas Casas não faz bem a ninguém. A PEC da Fidelidade está vinculada à reforma política. O tema é maior do que a instituição porque é o princípio da moralidade do processo político - disse Viana.

Quanto ao fim da obrigatoriedade de pagamento da contribuição sindical, aprovado pela Câmara e agora no Senado, o petista se limitou a dizer:

- É um assunto delicado. Vou receber Lupi (Carlos Lupi, ministro do Trabalho) e as centrais sindicais - disse

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