O doleiro Alberto Youssef ficará preso em regime fechado por três anos. A medida faz parte do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), e que foi homologado nesta sexta-feira (19) pelo ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo apurou a Gazeta do Povo.
Pelo acordo, Youssef também se comprometeu a devolver R$ 55 milhões e deverá pagar uma multa. Ele detalhou o esquema de corrupção na Petrobras e apontou envolvidos em troca de redução de pena. Se não tivesse fechado a delação, o doleiro poderia ser condenado a até 100 anos de prisão, somando as possíveis penas de mais de uma dezena de processos.
Os três anos de detenção deverão englobar as penalidades aplicadas às ações relacionadas à Operação Lava Jato e também ao Caso Banestado no qual o doleiro foi condenado este ano a quatro anos de prisão por ter quebrado o acordo de delação que havia fechado em 2004.
Youssef não poderá cumprir prisão domiciliar, como foi permitido ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa logo após a homologação de seu acordo de delação pelo STF, em outubro. No caso de Costa, o acordo prevê cumprimento de dois anos em regime semiaberto em caso de condenação.
Desde março deste ano Youssef está detido na sede da PF em Curitiba. Após a homologação do acordo, ele poderá ser transferido a outra unidade prisional. Ainda não houve definição.
Além de homologar a delação de Youssef, o ministro Teori Zavascki também acolheu a solicitação do procurador-geral da República Rodrigo Janot de "desmembrar" os depoimentos do doleiro e de Costa. Agora os procuradores irão cruzar os dados das declarações e reunir provas. Então os processos serão divididos. Aqueles que envolvem pessoas com foro privilegiado ficarão no STF ou para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os demais serão remetidos à Justiça Federal do Paraná, em Curitiba.
Como o recesso do Judiciário começa neste sábado (20), inquéritos e denúncias envolvendo políticos ficarão para 2015. A Justiça Federal funcionará nos próximos dias apenas em esquema de plantão, para assuntos urgentes.
O advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, não foi localizado nesta sexta.
- Ex-gerente da Petrobras Venina Velosa prestou depoimento em Curitiba
- Delação de Alberto Youssef é homologada no STF
- Ex-diretor citou 28 políticos envolvidos em esquema da Petrobras, diz jornal
-
Lula usa alta do dólar para antecipar jogo eleitoral e minimizar o rombo fiscal
-
Anfavea pede ao governo aumento antecipado de 35% no imposto para importar carros elétricos
-
Roberto Requião é pré-candidato a prefeito de Curitiba na tentativa de voltar à vida pública
-
Quem é o ex-chefe da tropa de elite da PM que integra a pré-campanha de Boulos