Os advogados de defesa do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, levaram à Justiça Federal um pedido para que se investigue "pessoas ocultas" que estariam por trás de declarações recentes do doleiro Leonardo Meirelles. Ele atuava como laranja de Youssef e afirmou há três dias ao jornal Folha de S.Paulo que Youssef estava ocultando patrimônio.

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No fim de outubro do ano passado, Youssef concordou, como parte da delação premiada que fez, devolver uma fortuna de R$ 55 milhões aos cofres públicos, valor que representa apenas uma parte do total por ele movimentado no esquema de corrupção na Petrobras.

"Requer-se seja expedido ofício à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal a fim de se investigar se existem (e quem são) pessoas ocultas ou mesmo mentores intelectuais, possíveis mandantes, da urdidura engendrada por Meirelles na imprensa, a fim de desestabilizar o acordo e tumultuar o curso da instrução criminal", disse a defesa.

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O pedido é subscrito pelos criminalistas Antonio Augusto Figueiredo Basto, Luis Gustavo Rodrigues Flores, Rodolfo Herold Martins e Adriano Sérgio Nunes Bretas. Segundo eles, Meirelles "age como príncipe dinamarquês entre o 'ser e o não ser'". Eles se referem ao fato de o laranja ser réu em algumas ações penais da Lava Jato e testemunha em outras. Nos processos relacionados às empreiteiras, Meirelles não foi denunciado.

Na terça-feira, 3, ele testemunhou em ação relacionada à Engevix em audiência conturbada. Na metade do depoimento de Meirelles, o advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, perguntou como era feita a remessa de dinheiro para o exterior. A defesa de Meirelles interrompeu, deixando Basto irado.

"Sua intenção é tumultuar a investigação, criar factóides e explorar o clamor popular para desacreditar a investigação. Quem é o dono de Meirelles? A quem ele serve? Se tem realmente as provas da omissão de patrimônio que as mostre, se tem provas de má-fé de Alberto Youssef que entregue ao MPF. Mas seu próprio advogado já disse: "Não tem provas referentes à acusação"", afirmam os advogados.