Em 2005, rebanhos bovinos contaminados com febre aftosa nos estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, provocaram um prejuízo milionário com efeito dominó em toda a cadeia da carne. Mesmo sem reponsabilidade com a situação, a suinocultura também foi atingida, com a interrupção da produção. A cadeia envolvendo empresas, criadores e governos promoveu um gigantesco ajuste de conduta até que o problema fosse sanado e a confiança geral do mercado fosse restaurada.
Esse é apenas um exemplo de como a sanidade animal é assunto de alta prioridade e que precisa ser administrada com base na disciplina de um quartel para transmitir segurança a todos os atores econômicos do mercado. Se na área de criação de bovinos é assim, com a suinocultura não é diferente.
Os programas de sanidade animal acompanharam a evolução da cadeia da suinocultura. A partir da década de 1990, quando o setor começou a atrair cada vez mais a preferência do consumidor brasileiro e importadores, as granjas, indústrias e o varejo passaram a adequar sua estrutura à segurança na criação, produção e venda da proteína.
Base alimentar ajuda na sanidade animal
A base alimentar na suinocultura é um dos principais trunfos que ajuda na sanidade animal do rebanho.
“No Brasil todo animal, principalmente o suíno destinado para o abate, é criado à base de cereais. Essa base alimentar dá a condição de desenvolver o animal dentro do período que ele fica na propriedade. E isso determina que você não precisa fazer nenhum tipo de tratamento adicional para atingir um peso diferenciado. Somado a isso, o animal não recebe nenhum tipo de resto de comida em sua alimentação”, afirma Rui Vargas, vice-presidente técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPS).
Os animais são alimentados com rações produzidas à base milho, soja, farinha de trigo, farelos, vitaminas e minerais complementares.
“A segurança está muito ligada à produção. Com o melhoramento genético dos animais, a produção eficiente tem que passar por cuidados e atenções sanitárias. Isso contribui com alimento de qualidade”, afirma Nordon Rodrigo Steptjuk, médico veterinário do Departamento Técnico-Econômico da FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná).
“A própria empresa tem responsabilidade de dar garantias de todo o manejo com o animal, desde o transporte até os processos de transformação dele em carne e no seu armazenamento”, acrescenta Rui Vargas, vice-presidente técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPS), organização que reúne empresas e entidades das cadeias agroindustriais de aves, ovos e suínos do país.
Todo animal passa por um sistema de inspeção que envolve ações municipais, estaduais e federal. A finalidade é impedir alguma avaria no produto que chegará ao consumidor. O produtor que opta por comercializar seu produto no município pode recorrer à estrutura local de fiscalização.
Os Estados e o governo federal ficam com a responsabilidade de vacinação, o acompanhamento da origem e registro dos rebanhos e a fiscalização das condições sanitárias dos locais onde os animais permanecem, caso as empresas optem pela venda estadual, federal ou para exportação.
“O Brasil, por ser um país com viés exportador e ter de cumprir diversos requisitos de diversos países, teve que montar um sistema regulatório compatível em nível internacional. Temos exatamente as mesmas exigências que são iguais às encontradas no cenário internacional”, afirma Vargas.
“Todas essas ações mostram para a sociedade uma preocupação de que o produtor respeita e não poupa esforços para entregar um produto de alta qualidade para o consumidor final”, diz Nordon, da FAEP.
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