“United States of Love”, de Tomasz Wasilewski – que representa a Polônia na Mostra Oficial do Festival de Berlim – é mais um título que, nesta 66ª edição, aborda os dramas do ser humano, tendo aspectos políticos nos bastidores.
O novo longa de Wasilewski é ambientado na Polônia nos anos 1990, logo após o fim do regime comunista, quando os ventos da mudança parecem indicar anos de euforia da liberdade, mas também a incerteza do futuro.
Nesse cenário, quatro mulheres de diferentes idades (Magdalena Cielecka, Julia Kijowska, Dorota Kolak e Marta Nieradkiewicz ) decidem mudar suas vidas, buscar a independência, lutar por sua felicidade e encontrar caminhos para os seus sonhos e desejos.
Agata é uma jovem mãe, presa a um casamento infeliz, buscando refúgio num relacionamento impossível; Renata é uma professora idosa fascinada por sua vizinha Marzena, uma solitária ex rainha da beleza, cujo marido trabalha na Alemanha; a irmã de Marzena, Iza, é uma diretora de escola, apaixonada pelo pai de um de seus alunos.
Wasilewski explica que “United States of Love” é um filme sobre o universo feminino. “É uma história sobre mulheres, estrelado por mulheres e que dá a palavra às mulheres. Eu escolhi este ângulo porque o ponto de vista de uma mulher me interessa particularmente e há bastante tempo eu queria abordar o tema”, ressaltou Wasilewski, destacando que o cenário é também um ponto chave da produção.
“A trama de “United States of Love” se desenrola num contexto social e político importante que coloca a ênfase em um momento específico da história polonesa. Mas é também um reflexo dos estados emocionais de mulheres que, na minha opinião, foram mais sensíveis do que os homens nessa virada política”, afirmou o jovem e talentoso diretor de 35 anos e autor do aclamado “Arranha-céus Flutuantes” (2013).
A Polônia também marca presença nesta edição nas paralelas com duas coproduções: “Ja, Olga Hepnarova”, dirigida por Tomas Weinreb e Petr Kazda (que aborda a pena de morte e tem sua estreia mundial na Panorama); e o documentário germânico/polonês “Zud”, de Marta Mironowicz, que integra a seleção da Mostra Geração.
Nesta quinta feira (18.02) oitavo dia da competição, foi mostrado apenas um filme e não poderia ser diferente. “A lullaby to the sorrowful mystery”, do filipino Lav Diaz tem oito horas de duração. E por isso foi exibido combinando sessão de gala, público e imprensa.
O ambicioso projeto investiga alguns dos mitos sobre o processo de independência das Filipinas na segunda metade do século 19. O filme atravessa o tempo e o espaço para contar três histórias ligadas ao reino da literatura, ao reino da história e ao reino da mitologia.
Diaz diz que o filme é a sua carta de amor para o país. “A Revolução encerrou mais de 300 anos de opressão da colonização espanhola. Compreendo a luta do meu povo e de outras culturas e acho essas grandes narrativas fascinantes”, destaca o diretor conhecido por filmes de longa duração como “Death in the land of Encantos” (2007), com nove horas e “Do que vem antes” (2014), com cinco horas e trinta e oito minutos
“Where To Invade Next”, novo filme de Moore, teve sua première europeia em Berlim sem a presença do diretor. Segundo sua assessoria de imprensa, ele teve uma pneumonia no inicio do mês e cancelou vários eventos de divulgação do filme.
O longa – que é seu primeiro trabalho desde “Capitalismo: uma História de Amor” (2009) – está sendo mostrado na Berlinale Special.
O novo documentário, uma “invasão” a países com práticas, principalmente educacionais, que poderiam inspirar mudanças positivas nos Estados Unidos, traz seu conhecido tom de sátira ao governo americano.
Como disse o cineasta – quando da première de “Where do Invade Next” no Festival de Nova York em outubro último – “o filme, além de político, é sobre o ser humano e sobre fatos e situações que prejudicam milhões de pessoas no mundo todo”.
O cinematográfo alemão Michael Ballahaus, de 81 anos recebeu o tradicional Urso Honorário, um reconhecimento pelo conjunto da obra. A homenagem do festival é acompanhada de sessão com vários de seus trabalhos, entre eles Martha, de Rainer Werner Fassbinder (1974) e A Cor do Dinheiro (1986), de Martin Scorsese.
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