A vida é tocada à base de projetos. No mundo artístico, é comum e saudável sonhar, dar asas ao impossível, aperfeiçoar o ideal. Viver de arte é projetar, é estar sempre a pensar em viabilizar uma utopia. Não basta criar. Tem de recriar e repensar, renovar e lutar até que o sonho, a criação, possa vir a público. Nem sempre é possível. A coluna de hoje é para falar desses projetos, que vêm e vão, alguns ficam pelo caminho, outros sequer saem do papel e nós que gostamos da arte, assim como os artistas, vivemos daqueles "projetos-sonhos" que chegam a uma concretização, do jeito que for possível.
Essa reflexão me veio quando, na semana passada, encontrei com Glauco Sölter, símbolo de agitação musical. que sempre está metido em vários projetos ao mesmo tempo. Ele me contou, por exemplo, que está com ideia para a gravação de vários discos nos próximos meses. Vamos a eles. Um de músicas próprias dele que, para quem não conhece, é um excelente músico, arranjador e compositor, ligado ao jazz e à música instrumental. O segundo, surpresa, seria um CD também autoral dele, mais ligado ao rock e com letras que ele mesmo compôs, fruto de um surto criativo que veio depois que ele curtiu a dor de cotovelo de uma separação no início do ano.
O terceiro projeto, já em andamento, é a gravação do disco do Raul de Souza, trombonista com o qual tem feito excursões pela Europa durante este ano. O quarto, um disco do Mano a Mano Trio (http://www.myspace.com/manoamanotrio), que Sölter divide com o clarinetista Sérgio Albach e o percussionista Vina Lacerda.
Há material criativo à disposição para tudo isso, mas viabilizar não é fácil. Glauco é daqueles que põem a mão na massa e consegue muito do que ele quer, então vamos torcer para que tudo dê certo.
Mas inspiremo-nos em Glauco, que vai à luta, não fica parado e consegue muito do que ele quer, para falar de mais e mais projetos de outras pessoas (estes, felizmente, já sendo concretizados):
Música, poesia e artes plásticas Está em plena execução pública, desde ontem, no Teatro da Caixa, em Curitiba, o Nomos Performance, que reúne o poeta Ricardo Corona, a artista plástica Elaine Borges, os músicos Paulo Demarchi e Mário Carta, além da produtora Giovana De Salles. As apresentações ainda acontecem hoje e amanhã. São dez ações performáticas separadas que se fecham em uma só. Corona vem pesquisando, sonhando e executando performances que unem poesia e música há muitos anos, e chegou a uma linguagem própria que lhe dá bastante autonomia e confiança nesta difícil união.
Independent Fest Há algum tempo a banda The Terribilles se encantou com um projeto americano que se chama Do It Yourself (ou DIY), que consiste nos músicos não esperarem convites e fazer seus próprios locais para tocar, sem depender de teatros ou bares (falei sobre isso no Blog Sobretudo: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/blog/sobretudo/?id=884636). No dia 8 de agosto, em Curitiba, eles fizeram sua segunda experiência de DIY, que se chamou Independent Fest. Uma mistura de festa e show que reuniu, além deles, as bandas Monaco Beach e Bardot em Coma, na cobertura de um prédio na região central de Curitiba. A experiência foi tão legal, segundo quem compareceu, que já se pensa na segunda edição da festa.
A Grande Garagem Que Grava O "projeto-sonho-realizado" de Luis Ferreira e Rodrigo Barros Homem Del Rey já lançou mais de 30 CDs com músicos locais. Agora inicia nova empreitada de mais uma leva de 14 gravações de shows ao vivo no TUC. Neste sábado, às 20 horas, será a vez de Giovanni Caruso e O Escambau. É o caso de quem realiza o próprio sonho e ainda dá uma mãozinha ao sonho de muitos outros.
O novo Uh La La! "Projeto-sonho" que se realiza para a nova banda Uh La La!, uma das mais participativas da cena independente de Curitiba. Ela acaba de lançar seu primeiro EP, disponível para download na página da banda no My Space (www.myspace.com/bandauhlala)
- A música desce a Serra do Mar em julho
- Bandas ícones de Curitiba e a gripe
- Radio on-line e discos para download
- Duas orquestras de música popular e um CD infantil
- Da Andalucia, de Monaco Beach e das Criaturas de Charlotte
- Os discos do Brasileirão e do Gulin
- Se tem música, é batata; se tem batata, é música
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