Apesar da crise e ao contrário de outros festivais que subiram no telhado (Planeta Terra, SWU), o Rock in Rio persiste. A edição comemorativa de 30 anos acontece entre os dias 18 e 27 de setembro, com ingressos esgotados. “Compro dólares sempre dois anos antes de cada evento. Então, não mudou nada para mim agora”, diz Roberto Medina, empresário responsável pelo festival, em evento realizado para a imprensa na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, na última terça-feira (9).
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Leia a matéria completaA edição de 2015 marca também a maior cota de patrocínio já registrada no festival. “Numa crise, os produtos vão para onde se sentem protegidos. O Rock in Rio é sofisticado e seguro, por isso não sofre com isso”, explica.
As três décadas do festival serão relembradas ao vivo, com um show de abertura que inclui 16 artistas nacionais (Ivete Sangalo, Paralamas do Sucesso, Frejat, Blitz etc.) tocando “hits de várias épocas”; e também com o lançamento de dois CDs e um DVD com releituras de 30 músicas emblemáticas do pop rock nacional.
Há boas surpresas (Pitty em “A Menina Dança”, dos Novos Baianos; Marcelo D2 em “Polícia”, dos Titãs; e Skank em “Andar Com Fé”, de Gilberto Gil) e pequenos crimes (Jota Quest na interpretação de “Decadence Avec Elegance”, de Lobão; e Dinho Ouro Preto em versão ainda mais afetada para “Quase Sem Querer”, da Legião Urbana).
Sempre haverá lugar para projetos de excelência. Numa crise, os produtos vão para onde se sentem protegidos. O Rock in Rio é sofisticado e seguro, por isso não sofre com isso.
“O desafio foi trazer de volta, de maneira repaginada, a história que construímos”, diz Medina ao som de “Tempos Modernos”, de Lulu Santos, em versão dos Paralamas do Sucesso. A participação do que restou do Queen com o vocalista Adam Lambert será a cereja do bolo nostálgico, ao relembrar a mitológica apresentação de Freddie Mercury para 200 mil pessoas, que há 30 anos cantaram “Love of My Life” como se não houvesse amanhã num terreno alagadiço em Jacarepaguá. “O grande intérprete do primeiro Rock in Rio foi o público. Pela primeira vez, iluminamos a plateia e não só o artista”, lembra o empresário. O evento foi no ano seguinte ao fim da ditadura militar, momento era propício a mudanças. “Isso me inspirou a criar o projeto.”
Mais de 100 mil bilhetes foram vendidos antecipadamente para essa edição do Rock in Rio. Para Medina, é o evento que conta, e não propriamente a escalação das bandas – o que é bem estranho num festival de música e muito comum no Brasil. “As pessoas simplesmente querem estar lá,” diz. Medina também planeja vender pedaços da lama que sobraram da primeira edição. “Vai ficar bacaninha.”
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