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Rodrigo e Patrícia se empenham de plenos pulmões em Oxigênio | Elenize Dezgeniski / Divulgação
Rodrigo e Patrícia se empenham de plenos pulmões em Oxigênio| Foto: Elenize Dezgeniski / Divulgação

GUIA GAZETA DO POVO

O Guia Gazeta do Povo selecionou programas imperdíveis para você fazer na cidade logo após ver uma peça durante o Festival de Curitiba. Que tal esticar a noite com um jantar romântico, uma balada ou um barzinho para tomar aquela cerveja gelada com os amigos?! Assista ao vídeo e veja as dicas

A respiração marca o início e o fim da vida, com o primeiro e o último sopro nos pulmões. Esse papel crucial do ar serve de mote em Oxigênio (confira o serviço completo), do russo Ivan Viripaev, que a curitibana Companhia Brasileira de Teatro traz de volta a partir de hoje dentro do Fringe.

Com a primeira montagem em português da obra, o grupo apresenta ao público curitibano uma fatia significativa do teatro russo contemporâneo, do qual Viripaev é um dos principais nomes.

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Foi um prazer atualizar nossa "russidade", formada, entre outros, por Dostoiévski, Tosltói e por dramaturgos como Chekhov.

Agora, um século e meio depois, os personagens de Moscou e da Sibéria fumam maconha e usam fones de ouvido, mas "o crime e o castigo" continuam presentes, dilacerando as almas.

Em Oxigênio, um assassinato passional funciona como trama, mas sem personagens para vivê-la. A história se desvela aos poucos, ao ritmo do questionamento existencial trazido pelo texto intercalado de dois atores. O oxigênio entra como metáfora daquilo que faz viver, seja o que for. Mas é dado o alerta: você pode estar vivendo com oxigênio de má qualidade. Ou quase sem nenhum, caso em que provavelmente sufocará.

Os atores Patrícia Kamis e Rodrigo Bolzan, com direção de Márcio Abreu, souberam dar voz a esse experimento de Viripaev com a linguagem e a narração. Uma voz que grita trechos do Sermão do Monte ao estilo do tele-evangelismo, mas que também encontra um canal com o público ao falar baixo e bem perto da plateia.

Essa aproximação com o público é auxiliada por algumas poucas adaptações do texto – que trocam Moscou e Sibéria por São Paulo e Cariri, por exemplo. O que não ganha adaptação é o contexto judaico, bastante citado, e que certamente encontra maior ressonância nos palcos russos do que no curitibano.

Os atores têm bom controle de corpo, voz e texto – ao qual somam ainda a dança, o canto e a percussão à bateria, comandados por Gabriel Schwartz. Aliás, a presença de um músico desse calibre no palco seria indispensável numa obra escrita em refrões. Os dez trechos em que se divide são chamados de "composições", intercalados por interlúdios de autoria do próprio Schwartz, que integra o Trio Quintina.

Uma criação conjunta que enfatiza a ligação também da arte com o "oxigênio" – do começo ao fim da vida.

Serviço:Oxigênio (confira o serviço completo). Sede da Cia Brasileira de Teatro (R. José Bonifácio, 135, 1.º andar), (41) 3223-7996. Dias 31 de março e 1º de abril, às 23h59; dias 2 e 3 de abril às 21h e às 23h59.

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