Louis Hoover interpretou Sinatra quase à perfeição| Foto: Cristiane Moreira/Divulgação

Se anda como um pato e grasna como um pato, provavelmente é um pato (e então fica muito gostoso com molho de laranja). Esta lógica quase se aplica ao show em homenagem a Frank Sinatra feito pelo seu melhor cover, o cantor britânico Louis Hoover terça-feira (18) à noite no Teatro Guaíra.

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Durante uma hora e meia, Hoover cantou quase sem tomar fôlego os maiores sucessos do maior cantor da história. E como ele se saiu? Assustadoramente bem.

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Hoover repetiu quase à perfeição o timbre, as pausas e as divisões de Sinatra. Consegue até perder o sotaque inglês que usa para falar para a plateia entre as músicas e canta como se fosse um carcamano metido a besta do Brooklyn.

O público que encheu cerca de 80% da maior casa da cidade aplaudiu muito a interpretação de Hoover para musicas como “Angel Eyes”, “I’ve Got You Under My Skin”, “That’s Life” e “My Way”. E o inglês mostrou que além de cantor é um ótimo ator ( o teatro é mesmo a arte britânica) reproduzindo trejeitos e sapateados de Sinatra. Com o cuidado de deixar claro que se tratava de uma homenagem e não uma imitação.

Hoover contou com a ajuda Hollywwod Orquestra formada por ótimos instrumentistas e engrossada pelo violonista virtuoso Fábio Oriente, paulistano que volta e meia em janeiro, aparece nas Oficinas de Música Clássica de Curitiba.

O maestro era Chris Dean, um dos principais músicos de estúdio inglês e famosos por ser o maestro da trilha sonora dos últimos filmes de James Bond e de outros sucessos como “Instinto Selvagem” e “Entre Dois Amores”.

Os arranjos da big band, o cenário com o céu estrelado de lâmpadas de Natal e o “Sinatra” simpático, afinado e um pouco mais cheiinho deram à noite um clima bem interessante de filme B, de cassino de Las Vegas, um concerto fora do trivial curitibano.

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E o repertório de standards - lembrando que muitas das canções só tomaram esta dimensão após serem gravadas por Sinatra - ainda que tenha uma pequena porcentagem de cafonice (que nós, o povo, amamos) tem algumas das mais sublimes canções da música em todos os tempos.

Ouvi-las otimamente executadas, de forma divertida e profissional foi um privilégio. Ainda que o pato não tenha os olhos azuis, nem use perucas feitas pelo próprio Max Factor como o original.