A licença da Alitalia pode ser suspensa em um prazo de três a quatro dias e seus aviões não serão autorizados a levantar vôo se neste prazo a empresa não conseguir um plano de redução de gastos, afirmou o diretor da aviação civil italiana, Vito Riggio.
"A Alitalia voa com uma licença provisória. Prevejo que hoje o comissário (extraordinário Augusto) Fantozzi apresente um plano de emergência com reduções de gastos", declarou Riggio. "Se não recebermos um plano financeiro dentro de três ou quatro dias, a licença será suspensa", acrescentou Riggio, que nesta segunda-feira (22) vai se encontrar com Fantozzi.
No domingo, o comissário afirmou que faria, nesta segunda-feira, uma última tentativa de vender a deficitária companhia aérea italiana, antes de partir para a liquidação da empresa.
Crise
Sofrendo com altos custos dos combustíveis e redução no ritmo econômico que atingiu outras companhias aéreas no mundo, a Alitalia tem vivido à beira do colapso há anos uma vez que interferências políticas e problemas trabalhistas geraram uma montanha de dívidas para a empresa.
Na quinta-feira passada (18), um consórcio de empresários italianos (CAI) retirou a oferta de compra da Alitalia, depois de não alcançar um acordo com todos os sindicatos do setor, divididos em relação ao plano de compra. Somente três sindicatos aceitaram a proposta, enquanto os representantes dos pilotos e dos funcionários de vôo rejeitaram o plano, que prevê demissões, reduções salariais e menos benefícios.
O governo excluiu mais alguma oferta de ajuda ou, como alguns políticos de esquerda propuseram, a renacionalização da Alitalia. A Itália já tem problemas com a Comissão Européia depois de feito um empréstimo de 300 milhões de euros (US$ 435,2 milhões) para manter a companhia aérea voando.
No sábado, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, assumiu que a empresa "caminha para o colapso". "Não há possibilidade de outra oferta de resgate, então isso pode significar que nossa Alitalia está rumando para os procedimentos de falência", disse ele.