O trânsito ficou bastante complicado na região Central de Curitiba entre o fim da manhã e o começo da tarde desta sexta-feira (14). Centenas de trabalhadores fizeram uma passeata por ruas da cidade como parte de uma manifestação nacional em defesa de direitos trabalhistas, em especial a redução na jornada de trabalho. O grupo, estimado pelos organizadores em mil pessoas, partiu da Praça Santos Andrade, no Centro, às 10h30 em direção ao prédio dos Correios, no cruzamento da Rua João Negrão com a Avenida Iguaçu, no Rebouças, e depois seguiu para a Boca Maldita, novamente no Centro.

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Na sede dos Correios, os trabalhadores se uniram a um grupo de funcionários da estatal que também realizava um protesto. Após um ato em frente à estatal, os manifestantes seguiram pelas avenidas Iguaçu e Marechal Floriano Peixoto e pelas ruas Cândido Lopes, Ébano Pereira e Luiz Xavier. Agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbanização de Curitiba S.A.(Urbs) acompanharam a passeata, bloqueando totalmente as ruas por onde o grupo passou.

Por volta das 13h30, vários ônibus, que o grupo havia deixado estacionado na Rua Dario Lopes dos Santos, no Rebouças, levaram os manifestantes da Boca Maldita de volta às sedes de cada uma das entidades participantes. A operação foi escoltada por agentes da Diretran.

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A mobilização dos trabalhadores, batizada de Jornada Nacional Unificada de Lutas, rendeu outra manifestação em Curitiba no início da manhã. Funcionários da fábrica da Kraft Foods do Brasil localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC)bloquearam, por cerca de uma hora, o km 600 da BR-376 (Contorno Sul), em frente ao prédio da empresa. Os trabalhadores aproveitaram para reiterar o pedido para a construção de uma passarela para travessia pela rodovia. Filas de cinco quilômetros de veículos chegaram a se formar em cada um dos sentidos da rodovia.

De acordo com José Agnaldo Pereira, presidente regional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a principal bandeira defendida nesta sexta é a redução imediata da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais, sem a redução dos salários. Mas as entidades participantes aproveitam para fazer outras reivindicações. Os manifestantes pedem ainda o fim das demissões justificadas pela crise econômica, a redução nas taxas de juros, fim do superávit primário, reforma agrária e urbana, ampliação dos direitos sociais e trabalhistas e valorização do salário mínimo.

Além da CTB, as manifestações contam com a participação de filiados à Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidades estudantis e outros sindicatos. Membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) de todo o Paraná, que estão em Curitiba desde a terça-feira (11) para participar de reuniões com representantes do Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária (Incra), também devem se juntar ao protesto.

Já as lideranças da Força Sindical do Paraná optaram por ir à Brasília, onde estão desde a quarta-feira (12) e fazem atos no Congresso Nacional. Além do Paraná, os protestos da Jornada Nacional Unificada de Lutas ocorrem simultaneamente em outros 10 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Correios

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No protesto dos funcionários dos Correios, os trabalhadores paralisaram as atividades em Curitiba entre o 11h30 e 13 horas. A mobilização foi definida pelo Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) em assembleia realizada na quinta-feira (13) para discussão do acordo coletivo 2009/2010.

Como ocorreu no ano passado, poderá haver greve na estatal, no entanto essa definição ocorrerá apenas após a realização de assembleias em todos os estados, para que os colaboradores possam deliberar sobre a questão. O sindicato do Paraná ainda não começou a discutir a possibilidade. Se houver indicativo de greve da direção nacional da classe, o sindicato fará nova assembleia para votar sobre o movimento.

Entre as propostas da categoria para o acordo coletivo estão o reajuste salarial linear de R$ 300 e a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais. As discussões sobre a possível privatização da empresa e a quebra do monopólio também estão na pauta.