Copel fechou 2015 com dívida acumulada de R$ 7 bilhões.| Foto: Divulgação/

Com uma dívida de quase R$ 7 bilhões no fim de 2015 e a meta de investir mais de R$ 3 bilhões neste ano, a Copel decidiu diminuir o repasse de lucros aos acionistas.

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A diretoria da empresa propõe distribuir aos sócios R$ 327 milhões referentes aos ganhos de 2015, 48% menos que no exercício anterior. O valor, que deve ser aprovado em assembleia marcada para 28 de abril, corresponde a pouco mais de um quarto do lucro líquido apurado no ano passado, de R$ 1,27 bilhão.

INFOGRÁFICO: Investimentos, dívida líquida e lucro aos acionistas da Copel

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A fração é a menor desde 2009, quando o Estado ainda era governado por Roberto Requião (PMDB) e a companhia tinha por política repassar aos sócios não muito mais que o mínimo de 25% exigido pela legislação das empresas abertas.

No governo Beto Richa (PSDB), em que a empresa buscou se reconciliar com o mercado financeiro, esse porcentual subiu primeiro a 35% e depois a 50% – aumento que beneficiou não só os acionistas privados, mas o próprio caixa do governo estadual, dono de 31% da Copel.

Ao mesmo tempo em que distribuía mais lucros, a empresa também aumentava os investimentos, em especial fora do Paraná. Em 2010, no breve governo de Orlando Pessuti (PMDB), ela passou a disputar concessões de geração e transmissão em outros estados, processo que se intensificou na gestão Richa.

No momento, a Copel constrói uma hidrelétrica em Mato Grosso, 13 parques eólicos no Rio Grande do Norte e 4,3 mil quilômetros de linhas de transmissão nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

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Ações

Depois de cair quase 50% em apenas três meses, entre outubro e janeiro, as ações da Copel tiveram forte alta nas últimas semanas, na esteira da euforia dos investidores com a possibilidade de impeachment de Dilma Rousseff, vista pelo mercado como positivo para o setor elétrico, alvo de intervenções do atual governo. As ações preferenciais da companhia, que chegaram a R$ 17,75 em 20 de janeiro, voltaram a ser cotadas perto dos R$ 30.

Endividamento

O resultado dessa estratégia foi um avanço sem precedentes no endividamento. Enquanto em 2010 a companhia tinha mais dinheiro em caixa que dívidas a pagar, no fim do ano passado sua dívida líquida equivalia a 2,7 vezes a geração de caixa anual medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação), ante 2,3 vezes um ano antes.

A Copel, que em seu monitoramento de capital prefere comparar a dívida líquida ajustada ao Ebitda ajustado, observou no balanço de 2015 que essa relação passou de 2,5 para 2,9 no intervalo de um ano.

Apesar do crescimento, o indicador ainda está dentro do limite de até 3,5 estabelecido em contratos de dívida da empresa e em seu planejamento estratégico.

Segundo a companhia, seu nível de endividamento também está abaixo da média do setor elétrico, e os projetos em que ela está investindo serão, no futuro, fontes importantes de geração de caixa.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]